terça-feira, 30 de abril de 2024

Narendra Modi vigia a diáspora indiana

O assassinato de adversários políticos sempre foi uma prática habitual no processo histórico mundial e, nos anos mais recentes, podem-se recordar-se os assassínios de destacados políticos como John Kennedy, Indira Gandhi ou Yitzhak Rabin. Esses casos foram resolvidos internamente mas, por vezes, a obsessão perseguidora aos adversários políticos estende-se para além das suas fronteiras, assim tendo acontecido com o regime de Staline que mandou matar Leon Trotsky quando estava exilado no México, ou com o regime de Salazar que deu ordens para eliminar o general Humberto Delgado que estava em Espanha.
Na sua edição de hoje o jornal The Washington Post divulga um relatório que revela ligações estreitas entre o governo de Narendra Modi e uma tentativa frustrada de assassinato de Gurpatwant Singh Pannun, um líder separatista sikh que vive nos Estados Unidos. Não sabemos se o relatório é falso ou verdadeiro, mas o jornal refere “o longo braço da repressão”.
Pannum defende a independência do Punjab, um estado do noroeste da Índia com 25 milhóes de habitantes de maioria sikh e que já está baptizado como Khalistan.  A tentativa de eliminação de Pannum terá ocorrido em 2023 e teria sido organizada pelos serviços de espionagem de Nova Delhi, num quadro de perseguição à diáspora indiana na Ásia, Europa e América do Norte. Através do jornal The New India Express, o governo de Narendra Modi classificou hoje as notícias do diário americano como “injustificadas e infundadas”.
A India já é o mais populoso país do mundo e é uma federação de 29 estados e sete Union Territories, sendo um caleidocópio de línguas, de religiões e de culturas. As notícias hoje veiculadas pelo The Washington Post mostram que os tempos não parecem ser nada fáceis para a Índia de Narendra Modi.