terça-feira, 16 de julho de 2024

Donald, o penso na orelha e as fake news

A tentativa de assassinato de Donald Trump, ocorrida no passado sábado durante um comício no estado da Pensilvânia, foi um acontecimento importante e encheu as primeiras páginas dos jornais de quase todo o mundo, porque é um caso de extrema violência política e se dirigiu a um ex-presidente do Estados Unidos, que é candidato à reeleição presidencial americana do próximo mês de Novembro.
O caso está a tornar-se em mais um case study porque, sob a influência das redes sociais, estão a proliferar as fake news ou a desinformação, que têm posto a circular as mais diversas interpretações sobre o que se passou, havendo afirmações de que o tiroteio teria sido encenado pela equipa de Trump, ou mesmo ordenado pelo presidente Joe Biden, que também é candidato presidencial. Segundo informações divulgadas como verdadeiras mas que ninguém autenticou, até o ex-presidente Barack Obama e os Clinton poderiam estar envolvidos nesta tentativa de assassinato. Até parece que vale tudo!
As teorias explicativas deste incidente são numerosas e dizem uma coisa e o seu contrário, propagam-se como verdades absolutas e cada uma tem objectivos específicos para favorecer alguém ou alguma coisa, através de conteúdos sensacionalistas e atraentes. Lá como cá, o telespectador, o ouvinte ou o leitor, tendem a perder a confiança no que vêem, no que ouvem e no que lêem, mas muitos acreditam religiosamente nas manipulações que lhes são servidas. Assim se vai moldando a opinião pública com inverdades e em benefício dos mais diversos tipos de interesses não explícitos.
A tentativa de assassinato de Donald Trump, que o próprio afirmou ter sido salvo “graças a Deus ou à sorte”, ainda vai fazer correr muita tinta. Porém, o “homem do penso na orelha” - tornado um herói e um símbolo de resistência à adversidade como o povo gosta - foi recebido em apoteose na Convenção Republicana em Milwalkee, que o confirmou como candidato presidencial e na qual anunciou o senador J. D. Vance como a sua escolha para vice-presidente.
Os americanos decidirão o que entenderem.