quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Os novos complexos militares-industriais

A edição de hoje do The Wall Street Journal destaca em primeira página e com uma fotografia a 4 colunas, o novo caça furtivo chunês Shenyang J-35A, que foi apresentado pela Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China (PLAAF) no Air Show China 2024 realizado em Zhuhai.
Este caça de última geração representa um importante passo na modernização militar chinesa e é considerado um avanço no programa de armamento que visa igualar as capacidades dos caças furtivos dos Estados Unidos, nomeadamente o F-22 e o F-35, isto é, pretende “desafiar a influência americana naquela região asiática e reforçar as suas pretensões sobre Taiwan”. O caça J-35A é o resultado de uma década de pesquisa e desenvolvimento centrado na Shenyang Aircraft Corporation e junta-se ao caça J-20, que entrou ao serviço em 2017.
O novo caça foi apresentado na exibição aérea de Zhuhai, na qual também se exibiu o caça russo Sukhoi Su-57 o que, segundo os especialistas, “aponta para uma crescente cooperação militar entre a China e a Rússia”.
O mundo está a ficar muito perigoso. Antigamente “contavam-se espingardas”, mas nos tempos mais recentes contam-se aviões, mísseis e drones, enquanto se incentivam as indústrias do armamento, como se uma confrontação estivesse próxima. Os chamados complexos militares-industriais estão a ressuscitar e o investimento na defesa parece estar a aumentar um pouco por todo o lado.
Luís de Camões, no Canto IV de Os Lusíadas, pela voz do velho Restelo perguntava a Vasco da Gama quando em 1497 partia para a Índia:
                    A que novos desastres determinas
                    De levar estes Reinos e esta gente?
Será que os líderes mundiais pensam nos desastres a que podem conduzir os seus Reinos e as suas gentes?