quinta-feira, 1 de agosto de 2024

O brilhantismo dos triatletas portugueses

Disputou-se ontem em Paris a prova do triatlo masculino dos Jogos Olímpicos. Trata-se de uma prova que foi incluida pela primeira vez no programa dos Jogos Olímpicos de Sydney no ano de 2000, cujo formato consiste em três módulos ultrapassados de uma forma única e sem interrupção, respectivamente 1.500 metros de natação em águas abertas, seguidos de 40 km de ciclismo e de uma corrida em estrada de 10 km.
Com base nas performances reconhecidas oficialmente, a organização aceitou apenas 55 concorrentes oriundos de 41 países, neles se incluindo os triatletas portugueses Vasco Vilaça e Ricardo Baptista.
Ao contrário do que se passou com outros atletas e ex-atletas olímpicos que foram muito promovidos nos jornais e na imprensa portuguesa, ninguém conhecia Vasco Vilaça nem Ricardo Baptista, que foram praticamente ignorados pela comunicaçáo social. Porém, ontem, em directo pela televisão, pudemos ver a excelência da participação destes dois jovens que concluiram nas ruas de Paris e sob o incentivo de muitos portugueses, a sua extraordinária prova em quinto e sexto lugares, o que representa o melhor resultado até agora conseguido pelos olímpicos portugueses.
O triatlo é uma prova duríssima e muito exigente, pelo que os seus praticantes merecem o nosso aplauso, sobretudo quando conseguem tão bons tresultados como aconteceu com Vasco Vilaça e com Ricardo Baptista. Porém, a imprensa portuguesa, tanto de informação geral como desportiva, voltou a ignorar esta façanha do desporto português, preferindo enfatizar a figura do futebolista João Neves que foi vendido a um clube de Paris, que é propriedade de um árabe.
Neste espaço deixamos o nosso aplauso ao comportamento dos nossos triatletas e, como se trata de um caso desportivo, deixamos um cartão amarelo aos homens que fazem os jornais e aos seus gatekeepers, pela sua falta de sensibilidade noticiosa.

Ser gigante em Paris e em Brasília

A edição de hoje do Correio Braziliense destaca com a palavra “gigantes” o sucesso da equipa feminina de ginástica artística brasileira que obteve o terceiro lugar na sua prova olímpica em Paris, depois dos Estados Unidos e da Itália e, portanto, à frente de algumas potências mundiais da ginástica artística, como a China, o Japão e a Roménia. Foi um feito inesperado e grandioso do desporto brasileiro, através do desempenho de cinco excepcionais ginastas que “levaram o Brasil às lágrimas”, como se referiu aquele jornal a esse notável resultado. 
Porém, o sucesso já foi mais longe e a comitiva olímpica brasileira que tem 274 atletas, apesar da “procissão ainda estar no adro”, já conquistou quatro medalhas olímpicas (uma de prata e três de bronze), no judo e no skate, para além da ginástica artística.
O respeitável jornal Correio Braziliense elegeu o resultado da ginástica artística para ilustrar a sua primeira página, embora tivesse omitido outros gigantes que, não estando a competir em Paris, conseguiram grandes resultados académicos na Universidade de Brasília que, em certo sentido, também são um desporto e, em boa verdade, com o mesmo tipo de exigência. Por isso, aqui fica minha homenagem àqueles e àquelas que foram “gigantes” nas provas disputadas, não só em Paris 2024, mas também nas exigentes provas que disputaram na Universidade de Brasília.