sábado, 24 de agosto de 2024

Aste Nagusia, a grande festa de Bilbau

Estão a decorrer na cidade de Bilbau as Fiestas de Bilbao ou, utilizando a sua designaçáo em língua basca, a Aste Nagusia, que é o acontecimento cultural mais importante da cidade que se realiza anualmente.
As tradicionais festividades da cidade aconteciam no mês de agosto, mas com o fim do franquismo e o reconhecimento da identidade basca, a partir de 1978 foi criada a Aste Nagusia como uma importante celebração da cultura basca, das suas tradições e dos seus costumes, em que se estimulava a participação popular, mas também se divulgavam as actividades culturais de raíz basca.
As festividades são organizadas pelo Ayuntamiento de Bilbao e pelos Bilboko Konpartsak, que são grupos populares de voluntários organizados para apoiar a preparação das actividades. Diz a organização que “durante 9 dias, quienes se acercan a Bilbao pueden participar de cientos de actividades de todo o tipo: festivas, culturales, artisticas, deportivas”, das quais “más de 300 actividades programadas por el Ayuntamiento de Bilbao son gratuitas”, podendo destacar-se as dezenas de concertos de todos os tipos de música, as oito corridas de touros na Plaza de Toros de Vista Alegre e várias exposições, designadamente no Guggenheim Bilbao Museum.
Este ano, a Aste Nagusia teve uma novidade que foi assinalada na primeira página do jornal El Correo, com a visita, ou “o regresso a casa”, do navio-escola Guayas, uma barca da Marinha do Equador. Esta barca foi construída nos Astilleros Celaya de Erandio, na ria de Bilbao, os mesmos estaleiros que em 1967 construíram a barca colombiana Gloria e, em 1982, a barca mexicana Cuauhtemoc
O navio-escola Guayas deixara Bilbau em 1977 para a sua primeira viagem e, 47 anos depois, regressou ao porto onde foi construído para assistir à Aste Nagusia 2024.

Continua a crise política na Venezuela

Os resultados das eleições venezuelanas realizadas no dia 28 de julho foram anunciados dando a vitória a Nicolas Maduro com 51,2% dos votos, mas foram fortemente contestados desde a primeira hora, tanto pelo candidato derrotado Edmundo González Urrutia, como pela oposição venezuelana e pela generalidade da comunidade internacional. Desde logo, surgiram acusações de fraude e foi exigida a divulgação das actas das mesas eleitorais, para demonstrar, ou não, que houve manipulação na sua transcrição para o registo de apuramento final. 
Nas ruas surgiram manifestações de contestação aos resultados anunciados, mas também outras manifestações de apoio a Maduro e ao chavismo. No entanto, vários países reconheceram González como vencedor e muitos outros países exigiram a divulgação das actas eleitorais, mas Maduro conseguiu que as Forças Armadas lhe manifestassem apoio. Até ver…
Maduro controla todas as instâncias de poder na Venezuela e há dois dias, sem surpresa, ouviu-se a voz da Caryslia Beatríz Rodrígues, a presidente do Tribunal Supremo de Justicia (TSJ), a certificar de forma “inobjetable” os resultados eleitorais, conforme anunciou o jornal El Periodiquito que se publica na cidade de Maracay, no estado de Aragua. Com esta validação da sua reeleição por um TSJ, que é “um braço armado do chavismo”, Nicolas Maduro endureceu o seu discurso e as suas ameaças. Porém, tanto a Organização dos Estados Americanos como a União Europeia recusam reconhecer a vitória de Maduro até à verificação das actas eleitorais e há onze países americanos, incluindo os Estados Unidos, a Argentina, o Chile e o Perú, que se recusam aceitar a decisão do TSJ, enquanto o vizinho Brasil se mostra dialogante com Maduro para ultrapassar a crise política na Venezuela.