sábado, 24 de agosto de 2024

Continua a crise política na Venezuela

Os resultados das eleições venezuelanas realizadas no dia 28 de julho foram anunciados dando a vitória a Nicolas Maduro com 51,2% dos votos, mas foram fortemente contestados desde a primeira hora, tanto pelo candidato derrotado Edmundo González Urrutia, como pela oposição venezuelana e pela generalidade da comunidade internacional. Desde logo, surgiram acusações de fraude e foi exigida a divulgação das actas das mesas eleitorais, para demonstrar, ou não, que houve manipulação na sua transcrição para o registo de apuramento final. 
Nas ruas surgiram manifestações de contestação aos resultados anunciados, mas também outras manifestações de apoio a Maduro e ao chavismo. No entanto, vários países reconheceram González como vencedor e muitos outros países exigiram a divulgação das actas eleitorais, mas Maduro conseguiu que as Forças Armadas lhe manifestassem apoio. Até ver…
Maduro controla todas as instâncias de poder na Venezuela e há dois dias, sem surpresa, ouviu-se a voz da Caryslia Beatríz Rodrígues, a presidente do Tribunal Supremo de Justicia (TSJ), a certificar de forma “inobjetable” os resultados eleitorais, conforme anunciou o jornal El Periodiquito que se publica na cidade de Maracay, no estado de Aragua. Com esta validação da sua reeleição por um TSJ, que é “um braço armado do chavismo”, Nicolas Maduro endureceu o seu discurso e as suas ameaças. Porém, tanto a Organização dos Estados Americanos como a União Europeia recusam reconhecer a vitória de Maduro até à verificação das actas eleitorais e há onze países americanos, incluindo os Estados Unidos, a Argentina, o Chile e o Perú, que se recusam aceitar a decisão do TSJ, enquanto o vizinho Brasil se mostra dialogante com Maduro para ultrapassar a crise política na Venezuela.

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