Donald Trump
ganhou as eleições presidenciais americanas e os jornais de todo o mundo
publicam nas suas edições de hoje a fotografia do homem que vai regressar à
Casa Branca como o 47º presidente dos Estados Unidos, que passa a ter maioria
no Congresso, no Senado e no Supremo Tribunal e que, portanto, se torna o homem
mais poderoso, ou perigoso, do planeta. Tanto nos Estados Unidos como no
estrangeiro, ninguém questiona a vitória de Donald Trump. O jornal The New York Times diz que “Trump
storms come back” e o jornal espanhol El
País escreve que ”Trump vuelve com todo el poder”, embora alguma imprensa
se mostre preocupada, como por exemplo o jornal elPeriódico de Barcelona que escreve que “El huracán Trump inquieta
a Europa” e o jornal Público pergunte
“Como irá o mundo sobreviver a Trump?”.
Porém, o mais
expressivo dos jornais hoje publicados no mundo, talvez seja o taz,
a abreviatura do die tageszeitung, um jornal diário que se publica em Berlim. Em
vez de publicar a foto do triunfante Donald, com ou sem a reaparecida Melania e
o filho Barron de 2,06 metros de altura, o jornal escolheu uma fotomontagem que
nos mostra muitas núvens sobre a Casa Branca, significando que pairam núvens
sobre o futuro dos americanos e sobre todos nós. Diz-se que “uma imagem vale mais que mil palavras” e,
neste caso, a capa do taz é um bom exemplo de jornalismo.
Depois de tudo o
que vimos, ouvimos e lemos nos últimos meses sobre a política americana e sobre
as personalidades dos candidatos, parece que mais do que a vitória de Donald
Trump e dos Republicanos, o que aconteceu foi a derrota de Kamala Harris-Joe
Biden e dos Democratas.
Agora há que dar
tempo ao tempo para sabermos o que vai acontecer, sobretudo no Médio Oriente e
na Ucrânia, mas também quanto ao real significado da prometida promessa do
Donald - “Make America Great Again” - embora haja núvens no horizonte e, sobretudo, sobre a Casa Branca.
Lá como cá, nem sempre ganham aqueles que gostaríamos que ganhassem.