Havia uma grande
expectativa quanto aos arranjos políticos que iriam concretizar-se depois das
eleições autárquicas espanholas de 24 de Maio.
Ontem, realizou-se a tomada de
posse dos novos alcaides e de mais de oito mil novos autarcas, depois de terem
sido negociados muitos pactos pactos e alianças entre as “forças da mudança”. O
mapa político espanhol foi muito alterado, com a esquerda (PSOE, Podemos e outras formações nacionalistas e independentes) a garantir
o poder em 37 das 54 capitais de província do país e a acabar com domínio do PP
no poder local, que agora governa apenas 17 das 43 capitais que antes
governava. Como salienta o jornal madrileno El Mundo, foi a
“revolución en los ayuntamientos”.
O facto mais
saliente aconteceu nos dois maiores municípios espanhóis e teve duas mulheres
independentes como protagonistas: em Madrid foi empossada Manuela Carmena, juiza reformada que foi eleita pela lista cidadã
“Ahora Madrid” e que garantiu o apoio do PSOE para governar a capital com
maioria absoluta e, em Barcelona, tomou posse a activista política e social Ada
Colau, que assumiu o cargo após a vitória da sua coligação “Barcelona en Comú”.
A generalidade das lideranças agora empossadas tem um ideário político que se
afasta claramente das práticas partidárias habituais e defende o governo das cidades com uma política anti-austeridade
e ao serviço da maioria empobrecida, a criação de emprego, o reforço da coesão
social, uma maior equidade económica e social, uma participação efectiva dos
cidadãos e a eficiência nas despesas públicas.
Em Espanha, as expectativas são muito altas mas, naturalmente, o que
acontecer no país vizinho também nos interessa.
Sem comentários:
Enviar um comentário