Lourenço Marques, Estádio da Machava, 25 de Julho de 1975 |
Foi há 40 anos
que, numa noite de chuva torrencial, um marinheiro português arriou a bandeira
nacional no Estádio da Machava na cidade de Lourenço Marques, sendo içada depois a bandeira
da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo). Passados 477 anos sobre os
primeiros contactos de Vasco da Gama com a “terra da boa gente” (Inhambane) e
com o “rio dos bons sinais” (Quelimane), estava consumada a independência da
República Popular de Moçambique.
A guerra em Moçambique que tantos de nós conhecemos, tinha
sido muito dura, mas não foi longa. O dia 25 de Setembro de 1964 é considerado
como a data de início da luta armada de libertação nacional com o ataque ao
posto administrativo do Chai (província de Cabo Delgado) e o dia 7 de Setembro
de 1974 é considerado como a data do fim da guerra com a assinatura em Lusaca
de um acordo de cessar-fogo.
No dia 12 de
Setembro de 1974 chegou a Moçambique o novo Alto-Comissário Vítor Crespo como
representante da soberania portuguesa e, poucos dias depois, foi formado um
Governo de Transição chefiado por Joaquim Chissano, que incluia ministros
designados por Portugal e por Moçambique. A formalização da independência ficou
acordada para o dia 25 de Junho de 1975, a data do 13º aniversário da fundação
da Frelimo.
E assim sucedeu.
A cerimónia de declaração da independência moçambicana realizou-se no Estádio
da Machava na data prevista, com toda a dignidade e com a presença das
autoridades portuguesas, como o Alto-Comissário, o Primeiro-Ministro de
Portugal e os responsáveis máximos dos partidos políticos portugueses de então
(Mário Soares pelo PS, Magalhães Mota pelo PPD, Álvaro Cunhal pelo PCP e
Pereira de Moura pelo MDP/CDE). Samora Machel, o Presidente da Frelimo e futuro
Primeiro-Ministro de Moçambique, fez então uma declaração, entusiasticamente
recebida pela população:
“Moçambicanas! Moçambicanos! Operários! Camponeses!
Combatentes! Povo Moçambicano! Em vosso nome, às zero horas de hoje, 25 de
Junho de 1975, o Comité Central da Frelimo proclama solenemente a independência
total e completa de Moçambique e a sua constituição como República Popular de
Moçambique”.
Assim se iniciou
a nova vida de Moçambique que, 40 anos depois, aqui se evoca!
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