As relações entre
Donald Trump e Vladimir Putin são um enigma da política internacional e um
motivo de inquietação para o mundo. Nos últimos meses lemos as mais diferentes
versões e declarações sobre estes dois líderes mundiais e ficamos sem saber se
são amigos, se são amigos de conveniência, se são parceiros de negócios, ou se
são apenas indivíduos que se conhecem há muito tempo e que se toleram.
A
revista alemã Der Spiegel dedica a sua última edição a esse assunto com o título "Sein Bester Feind" (o seu melhor inimigo) e, na
capa, as expressões exibidas por Trump e por Putin, ajudam-nos a compreender a
relação entre ambos. Segundo salienta
a revista, “Donald Trump há muito que admira publicamente Putin pela sua
força”, mas “agora, o presidente dos Estados Unidos está cada vez mais irritado
com o governante russo”. Nos últimos doze anos Trump elogiou Putin –
“inteligente e brilhante”, “ele sabe como fazer as coisas”, um “pacificador” e ainda
disse que “se dava bem com ele” e que poderia “tornar-se o seu melhor amigo”.
A revista refere
ainda que “Donald Trump há muito tempo bajula Vladimir Putin e Boris Johnson
até disse que ele tinha um ‘fascínio homoerótico’ pelo presidente russo”,
perguntando como surgiu a ruptura entre ambos e como pode a zanga de Trump com
Putin influenciar a guerra na Ucrânia.
Donald Trump disse,
muitas vezes, que com ele na presidência nunca teria havido guerra na Ucrânia e
repetiu, também muitas vezes, que acabaria com a guerra em 24 horas. Agora ele
estará desiludido com Putin, porque ele não cede nas suas exigências territoriais
e não aceita o acordo que lhe foi proposto, pelo que decidiu enviar mais armas
para a Ucrânia - a ser pagas pelos contribuintes europeus, como sentenciou esse
imbecil do Mark Rutte.
O mundo depende
cada vez mais de homens como estes. É um imbróglio, até porque, manifestamente,
nem um nem o outro dão qualquer importância ao Macron, ao Starmer, ao Merz, à
Ursula, ao Costa, isto é, aos líderes europeus que continuam a fazer cimeiras
sobre cimeiras e a assistir com indiferença à criminosa crueldade israelita
contra os seus vizinhos.