sexta-feira, 16 de maio de 2014

Muitos Fernandes nas eleições indianas

O complexo processo eleitoral indiano já terminou e os resultados conhecidos garantem uma vitória esmagadora ao Bharatiya Janata Party (BJP) e ao seu candidato Narendra Modi, que deverá ser brevemente empossado como o novo primeiro-ministro da Índia, num quadro de grande preocupação das populações muçulmana e cristã, não só pelo ideário do BJP mas também pelo passado fundamentalista de Modi. A edição de hoje do Deccan Chronicle já anuncia a vitória de Modi e a mudança. Com a expressiva derrota do Partido do Congresso e do seu candidato Rahul Gandhi, parece terminar o longo domínio da política indiana pela dinastia Nehru-Gandhi e, como tem sido declarado pelos nacionalistas hindus, este resultado eleitoral significa o "começo de uma nova era" que o mundo deseja não ser de confrontação armada com o Paquistão.
No contexto do processo eleitoral, uma empresa de Hyderabad - a Modak Analytics – produziu um gigantesco trabalho de análise das eleições, dos 814 milhões de eleitores, 28 Estados e 7 Union Territories, 12 línguas oficiais e 930 mil assembleias de voto para eleger 543 deputados (MP ou Members of the Parliament). Esse trabalho foi divulgado por diversos jornais indianos e foi reconhecido como um importante instrumento de análise política e sociológica, além de revelar muitas curiosidades eleitorais, algumas das quais estão na edição online do jornal The Hindu. Assim, ficamos a saber que só no Estado de Uttar Pradesh estavam recenseados cerca de 12 milhões de eleitores com o apelido Ram, o que significou “o aparecimento de um Ram em cada 11 eleitores”. No Estado de Maharashtra havia 1141 mil eleitores cujo primeiro nome é Shankar e 2384 mil eleitores com o apelido Patil. No Bihar estavam recenseadas 327 mil mulheres cujo primeiro nome é Sita e outras tantas registadas como Geeta. No Gujarat havia 300 mil mulheres cujo primeiro nome é Gita Ben e entre os 1.057.499 eleitores recenseados em Goa havia 81 mil com o apelido Fernandes, isto é, cerca de 7,2% dos eleitores. Uma verdadeira curiosidade a revelar a herança cultural lusa.

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