Há menos de 6
meses e por iniciativa do músico Júlio Pereira, foi constituída em Lisboa uma
associação denominada Associação
Cultural e Museu Cavaquinho com o objectivo de documentar, preservar e
promover a história e a prática do cavaquinho, ao mesmo tempo que em
declarações públicas, o músico classificou o ano de 2014 como “o ano do
cavaquinho”.
Não imaginei que
houvesse algum interesse cultural na promoção da história do cavaquinho, nem
que se justificasse a escolha do ano de 2014 como o ano do cavaquinho porque,
por ignorância minha, julgava-o um instrumento menor e sem qualquer relevância
cultural, para além pensar que tinha origem algarvia, quando afinal é de origem
minhota.
Porém, eu estava
enganado e o cavaquinho da notícia não é o que eu pensava. Fiz confusão. O
cavaquinho é um instrumento musical tetracórdio – também chamado braguinha,
braga, machete, machetinho ou machete-de-braga - que foi adoptado pela cultura
popular portuguesa, mas que foi levado para várias regiões do mundo, sendo
actualmente conhecidos mais de uma centena de modelos diferentes, por exemplo
em Cabo Verde, no Brasil, nas ilhas Hawai e até na Indonésia.
O músico Júlio
Pereira tem sido o grande divulgador do cavaquinho em Portugal, tendo editado
em 1981 o seu primeiro álbum inteiramente dedicado ao instrumento e acaba de
editar um livro/CD sobre o mesmo cavaquinho. A sua iniciativa de criar uma
associação internacional e um museu é, portanto, muito meritória.