A República
Popular da China é o país que, depois da Itália, mais registos tem na World Heritage List da Unesco e, entre
os seus 57 monumentos ou sítios classificados, encontra-se desde 2005 o “Centro
Histórico de Macau”.
Macau foi uma
criação portuguesa desde meados do século XVI e o seu traçado urbano, bem como os
edifícios residenciais civis e religiosos, combinam os estilos português e
chinês, constituindo “um testemunho excepcional do encontro das tendências
estéticas e culturais, arquitectónicas e tecnológicas do Oriente e do
Ocidente”, segundo relata a Unesco. Além disso, naquele espaço, ainda há o Farol da Guia, a
Fortaleza do Monte, o Porto Interior, o templo de A-Ma e o morro da Penha,
entre outros locais de grande interesse histórico e cultural. Porém, o território que em
1999 voltou à soberania da China, tem sido objecto de grandes construções que
tendem a afectar os “corredores visuais” entre o centro histórico e a paisagem
marítima, pelo que as autoridades foram alertadas pelo Comité do Património
Mundial da Unesco para essa situação.
Dez anos depois
de ter começado o processo de elaboração do Plano
de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau, o regulamento
administrativo está finalmente pronto, estabelecendo princípios orientadores,
fixando 11 “corredores visuais”, 19 “ruas pitorescas” e 24 zonas de “tecido
urbano”, que visam essencialmente as 22 edificações classificadas no centro
histórico e definem as “condições restritivas de construção” e os “critérios
para o restauro arquitectónico”.
O jornal ponto
final, um dos três jornais portugueses que se publicam em Macau,
destaca na sua edição de hoje a aprovação do Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau que, se
vier a ser cumprido, contribuirá para a preservação da memória portuguesa em
Macau.