segunda-feira, 25 de maio de 2020

Israel, a Palestina e o velho covid-1948


Numa altura em que as preocupações mundiais se centram no problema do covid-19, o jornal Tehran Times veio lembrar a situação palestiniana e chamou-lhe o problema do covid-1948, uma pandemia com mais de setenta anos. Nessa reportagem não é o texto que se destaca, mas uma sequência de quatro mapas em que estão assinalados os territórios de Israel e da Palestina, onde se pode observar como tem diminuído a percentagem de território ocupado pelos palestinianos ou como têm sido os avanços territoriais israelitas. No mapa (1) está assinalado o território histórico da Palestina (100%); no mapa (2) estão assinalados os territórios resultantes do plano de partição da Palestina aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas e que criava dois Estados – um judeu e outro árabe – ficando as cidades de Jerusalém e Belém sob controlo internacional (44%); no mapa (3) está assinalada a divisão do território depois da guerra de 1967 e da aceitação do acordo de paz de 1993 assinado por Yitzhak Rabin e Yasser Arafat, com a mediação de Bill Clinton (22%); no mapa (4) está a situação actual em que o território palestiniano voltou a ser reduzido por terem sido construídos mais colonatos israelitas e por Donald Trump ter decidido reconhecer Jerusalém como a capital do Estado de Israel, em desafio das resoluções das Nações Unidas (15%). Significa que a Palestina ocupa apenas 15% do seu território histórico e que os seus territórios de Gaza, que é considerada a maior prisão a céu aberto do mundo, de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia, estão cercados e sob atenta vigilância israelita, enquanto os palestinianos são tratados como cidadãos de segunda classe no seu próprio país. Nesta altura o covid-19 tem deixado adormecido o covid-1948, mas é bom que o mundo não se esqueça desta pandemia com mais de setenta anos e procure soluções que assegurem a paz e a convivência entre israelitas e palestinianos.