Numa altura em que as preocupações mundiais se
centram no problema do covid-19, o
jornal Tehran Times veio lembrar a situação
palestiniana e chamou-lhe o problema do covid-1948,
uma pandemia com mais de setenta anos. Nessa reportagem não é o texto que se
destaca, mas uma sequência de quatro mapas em que estão assinalados os
territórios de Israel e da Palestina, onde se pode observar como tem diminuído a
percentagem de território ocupado pelos palestinianos ou como têm sido os avanços
territoriais israelitas. No mapa (1) está assinalado o território histórico da Palestina
(100%); no mapa (2) estão assinalados os territórios resultantes do plano de
partição da Palestina aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas e que
criava dois Estados – um judeu e outro árabe – ficando as cidades de Jerusalém
e Belém sob controlo internacional (44%); no mapa (3) está assinalada a divisão
do território depois da guerra de 1967 e da aceitação do acordo de paz de 1993
assinado por Yitzhak Rabin e Yasser Arafat, com a mediação de Bill Clinton
(22%); no mapa (4) está a situação actual em que o território palestiniano
voltou a ser reduzido por terem sido construídos mais colonatos israelitas e
por Donald Trump ter decidido reconhecer Jerusalém como a capital do Estado de
Israel, em desafio das resoluções das Nações Unidas (15%). Significa que a
Palestina ocupa apenas 15% do seu território histórico e que os seus territórios
de Gaza, que é considerada a maior prisão a céu aberto do mundo, de Jerusalém
Oriental e da Cisjordânia, estão cercados e sob atenta vigilância israelita, enquanto os
palestinianos são tratados como cidadãos de segunda classe no seu próprio país.
Nesta altura o covid-19 tem deixado adormecido o covid-1948, mas é bom que o
mundo não se esqueça desta pandemia com mais de setenta anos e procure soluções
que assegurem a paz e a convivência entre israelitas e palestinianos.