Nas eleições
legislativas realizadas no passado mês de Janeiro, os gregos deram a vitória ao
Syrisa com 36,34% dos votos (149 deputados), enquanto o seu principal
adversário, que é a Nova Democracia, obteve 27,81%. Alexis Tsipras foi eleito
com a promessa de acabar com a austeridade e foi nomeado chefe do governo, mas
o país estava muito endividado devido à má gestão dos anteriores
governos e da enorme corrupção que abala o país. Por isso, em Junho a Grécia
deixou de pagar os seus compromissos junto dos credores internacionais. Estes
fizeram depender a concessão de novos apoios da aceitação de mais austeridade, como
a subida de impostos e os cortes nas pensões. Tsipras ficou “entre a espada e a
parede”. Os bancos fecharam para evitar a corrida descontrolada aos depósitos e
a Grécia esteve próximo do abismo. Pressionado interna e externamente, Tsipras
convocou em Julho um referendo para que os gregos aceitassem ou rejeitassem o
novo pacote de austeridade que lhes estava a ser imposto, tendo 61% do
eleitorado rejeitado as imposições externas para receber ajuda financeira.
Apesar disso, em face das ameaças, das circunstâncias e “para evitar um
desastre”, Tsipras aceitou um acordo com os credores, com medidas ainda mais
duras do que aquelas que o referendo rejeitara. Tsipras foi ridicularizado
pelos seus parceiros europeus, pelas instituições e até por alguns dos seus
companheiros de percurso, como Yanis
Varoufakis. Sem apoio e com o seu partido dividido, em Agosto renunciou
à chefia do governo. Os falcões da finança rejubilaram com a derrota de Tsipras
e todos pensaram que tinha sido inventada uma vacina global contra a ameaça de
novos syrisas, sobretudo na Europa do
Sul. Num acto de gritante falta de solidariedade, os nossos governantes foram
impiedosos na forma como hostilizaram a Grécia e Alexis Tsipras e, sem ponta de
vergonha, trataram de trazer o humilhante caso grego para a nossa campanha
eleitoral como factor de amedrontamento.
Ontem, nas eleições antecipadas, os gregos deram um voto de confiança a Alexis Tsipras, pois o Syrisa obteve 35,5% dos votos (145 deputados), enquanto a Nova Democracia se ficou pelos 28%. Alexis Tsipras já tomou posse como chefe do governo grego e disse que “hoje na Europa, a Grécia e o povo grego são sinónimos de luta pela dignidade”. Será que, mesmo com um sorriso amarelo, o nosso 1º Ministro já felicitou o seu colega Alexis Tsipras?
Ontem, nas eleições antecipadas, os gregos deram um voto de confiança a Alexis Tsipras, pois o Syrisa obteve 35,5% dos votos (145 deputados), enquanto a Nova Democracia se ficou pelos 28%. Alexis Tsipras já tomou posse como chefe do governo grego e disse que “hoje na Europa, a Grécia e o povo grego são sinónimos de luta pela dignidade”. Será que, mesmo com um sorriso amarelo, o nosso 1º Ministro já felicitou o seu colega Alexis Tsipras?