terça-feira, 28 de maio de 2024

Uma brutal guerra contra os palestinianos

No domingo à noite a aviação israelita bombardeou o campo de Tel al-Sultan, na zona oeste de Rafah, causando um incêndio devastador, com o fogo a alastrar e a devorar as tendas de plástico dos refugiados. Segundo as autoridades palestinianas morreram 45 pessoas e o Ministério da Saúde de Gaza acusou esta agressão israelita, afirmando que "nunca antes na história se utilizou um tão grande número de instrumentos de morte em massa diante do mundo como está a acontecer agora em Gaza, onde a população está privada de água, alimentos, medicamentos, eletricidade e combustível, destruindo as infraestruturas e todas as instituições". O próprio Netanyahu, sobre quem recentemente o TPI emitiu um mandado de captura, qualificou este brutal ataque como “um erro trágico”.
Entretanto, alguns daqueles que têm sido cúmplices com Israel, decidiram falar. A União Europeia expressou a sua indignação, tendo aparentemente decidido rever as suas relações com Israel, enquanto Emmanuel Macron se mostrou “indignado”. É muito pouco, pois estas declarações não são sérias, como vamos verificando todos os dias.
Porém, a situação de hipocrisia é bem mais grave. Uma pesquisa efectuada na imprensa europeia mostra como é grande a indiferença perante o massacre a que estão a ser sujeitos os palestinianos. Apenas o jornal El País e, em menor grau, os jornais The Guardian, Le Monde, L’Humanité e o Corriere della Sera, noticiam este grave acontecimento nas suas primeiras páginas. Nos Estados Unidos, tanto o The Washington Post como o The Wall Street Journal se referem ao massacre israelita como um "tragic accident", parecendo desculpabilizar Netanyahu. Tão grave como estas distorções informativas, é o enorme número de agentes contratados em Portugal como comentadores televisivos, para justificar a brutalidade do governo de Netanyahu e tudo lhes permitir em nome da sua luta contra o Hamas.