sábado, 25 de abril de 2020

Viva a Liberdade e viva o 25 de Abril !

Com uma ilustração elucidativa dos difíceis tempos que correm, o jornal Público assinala na sua edição de hoje o 46º aniversário do 25 de Abril de 1974, em que não haverá lugar para os tradicionais festejos populares, nem para os desfiles com cravos na mão.
O 25 de Abril é uma data histórica que marca o regresso do nosso país à Liberdade e à Democracia, depois de muitos anos de autoritarismo, de repressão e de perseguição política, mas também de obscurantismo, de isolamento internacional e de guerra. Apesar de todas as dificuldades e contradições deste percurso colectivo de 46 anos, qualquer balanço que se faça conduz-nos sempre à conclusão que valeu a pena a mudança e que “as portas que Abril abriu”, na expressão poética de José Carlos Ary dos Santos, nos conduziram a um novo patamar civilizacional em que a integração europeia, o reconhecimento internacional, a afirmação dos novos países de expressão portuguesa e a prosperidade económica e social da população são alguns dos traços mais marcantes do Portugal de Abril.
O fim da guerra colonial e as transformações económicas e sociais que se sucederam ao 25 de Abril e que modernizaram o país, sobretudo nos domínios da educação, da saúde e das infraestruturas, são relevantes activos da comunidade nacional. Num quadro de recursos escassos e de necessidades ilimitadas, mas também de alguns erros e de algumas opções erradas, não tem sido possível satisfazer todas as aspirações de todos os portugueses, nem erradicar alguns dos vícios endémicos da nossa sociedade, nem assegurar que ninguém fique para trás na nossa caminhada. No entanto, nada do que esteja por fazer, diminui a importância histórica e emocional do “dia inicial inteiro e limpo, onde emergimos da noite e do silêncio”, como Sophia de Mello Breyner chamou ao dia 25 de Abril de 1974.
Por tudo o que nos deu, o 25 de Abril é uma efeméride que tem que ser celebrada pelos que defendem os valores da Liberdade e da Democracia, pelo menos da forma singela como hoje é sugerida pela capa do jornal Público.