sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Boston até parece uma cidade polar

Aqui, neste canto ocidental da Europa, temos um certo privilégio meteorológico, pois não temos invernos muito rigorosos. Nas mesmas latitudes, mas do outro lado do Atlântico, a corrente fria do Lavrador produz efeitos bem mais severos e, quando ocorrem certos fenómenos meteorológicos, a situação agrava-se. Foi o que aconteceu nos últimos dias quando uma tempestade a que foi dado o nome de Grayson se aproximou da costa oriental dos Estados Unidos levando consigo ventos ciclónicos, frio, neve, gelo e inundações, que já afectaram todo o litoral americano desde o Massachusetts à Florida. Em Boston as águas da bacia portuária congelaram como mostra a imagem de capa do Boston Herald e já foram utilizados navios quebra-gelos para permitir o movimento portuário. Tem sido um caso sério e o próprio título de primeira página do jornal é esclarecedor: ICE AGE.
O estado e a cidade de Nova Iorque estão cobertos de neve e gelo e as temperaturas oscilam entre os 10 e os 20 graus Celsius negativos. Até na Florida se têm sentido os efeitos deste fenómeno, tendo nevado na cidade de Tallahassee, a sua capital, o que já não acontecia desde 1989.
Os efeitos da tempestade Grayson, que os meteorologistas classificaram como bomb cyclone, têm sido devastadores, pois já causaram mortes, cortaram o abastecimento de energia em muitas áreas residenciais, levaram ao encerramento de escolas e de serviços públicos, provocaram o caos nas estradas, cancelaram alguns milhares de voos e afectaram muitas actividades económicas em todos os estados da costa leste americana. Porém, a imprensa tem destacado esta tempestade e publicado inúmeras fotografias da neve e do gelo nas grandes cidades do noroeste dos Estados Unidos, sobretudo Boston e Nova Iorque, onde as ruas estão cobertas por espessos mantos de neve e o gelo se acumula na via pública.