As peripécias
sucedem-se na polémica carreira presidencial do imprudente Donald Trump, não só
na política externa, mas também na política interna. Ontem fez mais uma das
suas tropelias e ordenou o fim do programa DACA (Deferred Action for Childhood
Arrivals), criado em 2012 por Barack Obama e que impedia que os jovens
imigrantes trazidos ilegalmente para os Estados Unidos quando ainda eram
crianças, pudessem ser deportados. A notícia saltou para a primeira página dos
jornais americanos, como aconteceu por exemplo no Chicago Tribune.
Estima-se que
cerca de 800 mil jovens beneficiaram da protecção da lei DACA e puderam começar
novas vidas, mas também estudar, trabalhar, integrar as Forças Armadas e
realizar o sonho de ser americano. Porém, o Donald está em vias de acabar com
esse sonho e estará a preparar um cenário de deportações em massa, embora ainda
não estejam definidos os pormenores relativos à aplicação desta decisão, para a
qual o Congresso parece ir reagir.
A incerteza é
enorme em muitas comunidades americanas, sobretudo as de origem mexicana.
Barack Obama reagiu e classificou esta decisão do Donald como uma crueldade
“contra patriotas que juram fidelidade à nossa bandeira”. Da mesma forma Rahm
Emanuel, o mayor de Chicago, afirmou que o DACA continuará a existir em Chigago,
enquanto Andrew Cuomo, o governador de Nova Iorque, declarou que “a medida é
cruel, gratuita e devastadora para centenas de milhares de nova-iorquinos”. Ainda
que o número concreto de possíveis afectados e as suas nacionalidades não sejam
comhecidas, várias organizações que prestam apoio a imigrantes portugueses nos
Estados Unidos afirmaram que algumas centenas de portugueses poderão ser afetacdos
pelo fim do DACA.
Realmente, é caso
para se dizer que com o Donald, cada cavadela cada minhoca.