sábado, 13 de janeiro de 2024

O rápido crescimento industrial da China

Costuma dizer-se que a China é a grande fábrica do mundo e essa realidade acontece até na indústria automóvel, tradicionalmente europeia e americana, porque “um em cada três carros vendidos no mundo é produzido na China”. As últimas estatísticas a que tivemos acesso referem-se a 2021 e assinalam a produção global de 79 milhões de automóveis, dos quais a China produziu 26 milhões, seguindo-se os Estados Unidos com 9 milhões, o Japão com quase oito milhões e, depois, a Índia, a Coreia do Sul, a Alemanha, o México, o Brasil, a Espanha e a Tailândia. Agora, quando ainda não se conhecem os números relativos a 2023, o jornal Shanghai Daily anuncia que, pela primeira vez, a produção chinesa de automóveis e de veículos comerciais ultrapassou os 30 milhões de unidades em 2023, enquanto as estimativas quanto à produção mundial se situam nos 84 milhões. Se estes números estiverem correctos significa que a China passou de uma quota de 32,9% da produção mundial em 2021, para uma quota de 35,7% em 2023, o que mostra que a China reforçou a sua posição na produção mundial de automóveis.
A última edição da revista The Economist afirma que “o influxo de carros chineses está a aterrorizar o Ocidente” e a provocar a desindustrialização, alertando para o que se passou nos Estados Unidos entre 1997 e 2011, em que cerca de um milhão de trabalhadores da indústria perderam os seus empregos devido à concorrência chinesa, depois que a China se integrou no sistema de comércio global e começou a enviar produtos baratos para o estrangeiro.
Há apenas cinco anos, a China exportava apenas um quarto dos carros exportados pelo Japão, então o maior exportador mundial, mas esta semana a indústria chinesa anunciou ter exportado 5 milhões de automóveis e ter ultrapassado as exportações do Japão. Na indústria automóvel, como em muitas outras coisas, a tradição já não é o que era