segunda-feira, 8 de maio de 2017

As devastadoras inundações no Canadá

As grandes inundações que acontecem de vez em quando no mundo, sobretudo nas bacias fluviais da Índia e da China, são sempre devastadoras ou mesmo catastróficas. Porém, essas inundações também acontecem noutrás regiões, que são supostas estar melhor preparadas para enfrentar essas situações.
Assim acontece actualmente no Canadá, onde estão a ocorrer inundações devastadoras, como não se registavam há mais de cinquenta anos. Essas inundações estão a afectar a província do Quebec, tendo já sido registados alguns milhares de sinistros, incluindo alguns acidentes mortais, assim como o encerramento de escolas e de repartições públicas.
O governo do Quebec declarou hoje o estado de emergência em Montreal, depois do colapso de três diques de protecção situados no norte da cidade, mas também em Laval e noutras cidades canadianas, segundo informa o Journal de Montréal. Segundo foi anunciado oficialmente, haverá mais de quatro centenas de estradas intransitáveis, cerca de 2500 moradias que foram inundadas em 146 localidades e mais de 1500 pessoas que foram evacuadas.
Desde o passado sábado que as Forças Armadas passaram a cooperar com a Protecção Civil, sobretudo nos trabalhos de reforço preventivo de diques e na reparação dos que colapsaram, não só na região de Montreal mas também em toda as áreas que marginam o rio Otawa, entre as cidades de Otawa e Montreal. As autoridades têm justificado a anormalidade desta situação com as chuvas excepcionais que se têm verificado nas últimas semanas e com o inverno rigoroso que gerou muita neve que está agora a derreter. Tem sido tanta água a inundar a província do Québec, que os jornais canadianos trouxeram o assunto para as suas primeiras paginas.

A Europa respirou de alívio

As eleições presidenciais francesas escolheram ontem um novo Presidente da República. Emmanuel Macron e a sua plataforma En marche! venceram as eleições. A França nunca teve um Presidente tão jovem e nunca tinha eleito alguém sem o apoio expresso dos partidos políticos. É uma novidade absoluta e, depois de figuras emblemáticas como De Gaulle ou François Miterrand, o que se pode dizer é que a política francesa já não é o que era. Meio mundo respirou de alívio porque Emmanuel Macron venceu o radicalismo de Marine Le Pen, o que pode significar um novo impulso no projecto europeu, mas também uma nova maneira de fazer política, com mais moralização e mais ética, mais responsabilidade e com mais esperança num mundo mais seguro, com mais liberdade, mais justiça e melhor defesa do ambiente.
Macron foi festejar a sua vitória no átrio do Museu do Louvre onde chegou ao som do Hino da Alegria de Beethoven, que foi adoptado como hino da União Europeia. Esse foi um forte sinal sobre a sua identificação com os ideais da Europa e com um novo estilo de fazer política, tendo então afirmado que não iria ceder ao medo nem ao divisionismo e que nenhum obstáculo o iria deter.
O seu discurso de vitória foi muito prudente, até porque Emmanuel Macron não tem maioria para governar. Ele sabe que muitos franceses o escolheram como um mal menor e que a derrota dos republicanos e dos socialistas pode ser apenas um caso conjuntural. Por isso, pediu votos nas eleições legislativas de Junho para os candidatos da sua plataforma política para construir uma verdadeira maioria parlamentar que permita concretizar a mudança que ele prometeu e a que o país aspira.
Faltam seis semanas para as eleições parlamentares e Macron não vai poder descansar. O desafio que tem pela frente é enorme e muito complexo, até porque a sua adversária agora derrotada não lhe vai dar tréguas, tal como os partidos tradicionais que vão querer recuperar da humilhação por que passaram. Sim, a Europa respirou de alívio mas, como se diz no futebol, ainda falta muito tempo de jogo.