O actual governo
português é o XXIII Governo Constitucional que resultou da vitória do Partido
Socialista por maioria absoluta nas eleições de 30 de Janeiro de 2022, tendo
tomado posse no dia 30 de Março seguinte. O elenco governativo foi constituído
por 17 ministros e 38 secretários de Estado que estão em funções há três meses
e dos quais há uma boa parte com experiência política e governativa. O governo
tem uma maioria parlamentar que o apoia e tem uma economia que está em franca
recuperação, enquanto o país vive uma significativa estabilidade social, isto
é, o governo tem tudo o que precisa para fazer reformas e para se adaptar aos
novos tempos e às novas exigências, para mudar o que está mal e para
aperfeiçoar o que não está bem. É isso que se deve exigir de um governo com
maioria absoluta.
No seu discurso
de posse, o primeiro-ministro tinha dito: “Os portugueses desejam um Governo
que trabalhe afincadamente, já a partir de hoje, para que o país proteja os
seus cidadãos, garanta a sua liberdade e segurança, os mobilize no esforço
coletivo de modernizar Portugal”. Era isso que se esperava na Saúde e na
Justiça, onde existem graves distorções que afectam os cidadãos, mas também em
outros sectores da nossa sociedade, designadamente na Educação e na Defesa.
Porém, assistimos a um aumento da degradação dos serviços públicos, ao aumento
do custo de vida, a uma descrença que se instala na sociedade e a uma crescente
incerteza quanto ao futuro.
Hoje a imprensa
portuguesa destaca as fotografias do primeiro-ministro António Costa e do
ministro Pedro Nuno Santos que, sendo pessoas respeitáveis, protagonizaram nas
últimas horas uma trapalhada política inimaginável e lamentável, que nos deve
deixar apreensivos quanto ao futuro. Que este triste episódio sirva, pelo menos,
para acordar aqueles que se deixaram adormecer ou se acomodaram no desempenho das funções governativas
que lhes foram confiadas e que passem a trabalhar afincadamente, como prometeu
o primeiro-ministro.