sábado, 27 de janeiro de 2024

Israel foi obrigado a prevenir o genocídio

O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) vinha apreciando uma queixa feita no passado mês de Dezembro pela República da África do Sul contra o Estado de Israel, por este estar a violar a Convenção das Nações Unidas sobre o Genocídio, assinada em 1948 na sequência do Holocausto.
O TIJ aprecia e resolve diferendos entre países, sendo as suas decisões juridicamente vinculativas e não passíveis de recurso, mas não tem quaisquer meios para impor o seu cumprimento.
No caso agora analisado, o colectivo de 17 juízes presidido pela americana Joan Donoghue, reuniu para se pronunciar sobre o pedido de medidas urgentes contra Israel, exigidas pelas autoridades de Pretoria, vindo a pronunciar-se no sentido de ser garantida a protecção dos palestinianos da Faixa de Gaza de possíveis violações da Convenção, decretando ainda que Israel tome medidas para “prevenir o genocídio” e permitir a prestação de serviços básicos e de assistência humanitária urgentes. Com esta decisão do TIJ os palestinianos viram reconhecidos os seus direitos, enquanto o Estado de Israel ficou obrigado a fazer tudo para prevenir o genocídio e permitir a ajuda humanitária “imediata e eficaz”.
Benjamin Netanyahu já declarou que não se sente obrigado a cumprir ordens do TIJ pois, segundo disse, "ninguém nos deterá, nem Haia, nem o Eixo do Mal, nem ninguém". Porém, a decisão do TIJ contra Israel vai esclarecer muita gente, incluindo os seus amigos falcões que tanto o apoiam, podendo aumentar a pressão política sobre o governo israelita e servir de pretexto para a imposição de sanções internacionais ao governo de Telavive. 
O jornal britânico The Guardian foi um dos muitos jornais internacionais que destacou a decisão do TIJ.