O jornal italiano
La
Stampa que se publica em Turim, teve a iniciativa de promover uma
petição pública que recolheu 300.000 assinaturas para pressionar
o governo do Irão a poupar a vida de Fahimeh Karimi, mas também para pedir o
fim das prisões injustas, das torturas e das sentenças de morte daqueles que,
desde há mais de cem dias, se manifestam pacificamente no Irão para mudar o
regime dos aiatolás. Foi o director do jornal que, em frente da embaixada da
República Islâmica do Irão em Roma e acompanhado por muitos activistas e
cidadãos empenhados na defesa dos direitos humanos, depositou oito caixas com as
assinaturas recolhidas junto da porta da embaixada iraniana.
Esta iniciativa surgiu como um acto de solidariedade para com as
mulheres iranianas e como homenagem à memória de Mahsa Amini, uma jovem mulher
curda iraniana de 22 anos de idade, que foi presa em Teerão pela Patrulha de
Orientação da República Islâmica do Irão, que zela pelo cumprimento da lei
islâmica. O motivo da prisão foi o uso “indevido” do seu hijab e Mahsa Amini veio a morrer no dia 16 de setembro de 2022, por
não ter colocado correctamente o véu com que as autoridades islâmicas obrigam
todas as mulheres a cobrir a cabeça. Durante três dias foi agredida e não
resistiu, tornando-se um símbolo da violência contra as mulheres na República
Islâmica do Irão.
Desde então, o popular slogan curdo Mulher, Vida, Liberdade (em italiano Donna,
vita, libertà) que é usado pelos movimentos independentistas
curdos e pelos manifestantes que em todo o mundo defendem os direitos das
mulheres islâmicas, também passou a simbolizar os movimentos de
solidariedade para com a corajosa luta das mulheres iranianas pelos seus direitos. Daí que tivesse sido
repetido pelos manifestantes em Roma e tivesse feito manchete na edição do diário
La
Stampa, cuja capa é ilustrada com o rosto de uma mulher iraniana.