Este cromo parece que veio dos bombeiros de Agualva – Cacém e, no ano de 2000, tornou-se presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses. Só lhe falta montar um elefante para se parecer com um general cartaginês a comandar, a passar revista aos seus bombeiros, a mandar vir, a levar-se a sério.
Todos os anos, encosta-se ao drama dos incêndios florestais e entra-nos em casa através da televisão, com um discurso reivindicativo, arrogante e de constante exigência, quase de chantagem – ou me dão mais dinheiro ou não apago os fogos!
Um serviço à comunidade? A tradição já não é o que era! O homem quer financiamento, quer dinheiro, quer apoio estatal, mas recusa ser subalterno dos poderes públicos no sistema de protecção civil. Quer mandar e quer facturar no transporte de doentes e adoentados - milhares de quilómetros, milhares de horas de espera, milhares em gasolinas, milhares em tudo… Não sei quantos milhões recebem os muitos milhares de bombeiros e as suas corporações. Era bom que se soubesse exactamente quanto recebem e que se esclarecesse como é distribuído esse dinheiro. É que onde há fogo, também há muito fumo. Talvez devesse ser esse um dos papéis da Liga dos Bombeiros e do seu presidente: servirem e não servirem-se.