O conflito que
tem devastado a Ucrânia desde Fevereiro de 2022 tem sido uma tragédia
humanitária, com muitos mortos e feridos, muitíssimos refugiados, a destruição
de muitas povoações e uma enorme devastação do património construído. A
propaganda dos dois lados do conflito procura esconder o seu número de baixas
por razões operacionais, mas também para manter a sua capacidade combativa e
para fortalecer o ânimo nacional. Os números que são divulgados são manipulados
para enganar o adversário, para lhe diminuir a vontade de combater, ou para
estimular os seus próprios combatentes. É certamente, um dos aspectos mais
imnportantes da guerra psicológica destinada a minar o espírito combatente do
adversário.
Ontem, o The
Wall Street Journal destacou em notícia de primeira página que, na
guerra da Ucrânia, “o número de mortos e feridos gira em torno de 1 milhão”, o
que mostra a dimensão desta tragédia que os vários líderes mundiais, sobretudo
os europeus, não conseguiram travar antes, nem parecem querer travar agora. Tal
número de baixas parece repartir-se em partes iguais pelos dois contendores e
significa que se trata de uma tragédia sociológica, tanto para a Ucrânia como
para a Rússia, pois ambos já perderam muita gente e têm enfrentado a fuga
massiva dos seus homens e mulheres que buscam a paz e o sossego longe dos campos de batalha.
Porém, os
belicistas e os falcões portugueses, muitos dos quais têm voz activa nas televisões, em vez de
falarem nesta tragédia humanitária e de pedirem a paz para ucranianos e russos, falam sobretudo do envio
de mais mísseis e de mais drones para alimentar esta espiral de destruição e de
morte.