A tensão entre a
Rússia e o chamado Ocidente, a propósito da Ucrânia, tem vindo a acentuar-se e o
presidente Volodymyr Zelensky foi hoje informado que a invasão russa poderá
acontecer na próxima quarta-feira. Poucos acreditam que isso possa acontecer,
porque ninguém quer uma guerra no centro da Europa, sobretudo pela escala de
destruição a que conduziria. Porém, os falcões iludem a opinião pública e tudo fazem para fazer renascer a rivalidade russo-americana ou a guerra fria, de que tanto
carece a indústria do armamento americana para refazer o seu neo-keynesianismo militar, isto é, cria-se a ameaça e exige-se mais armamento.
Nesse tabuleiro estratégico que é o
território ucraniano, a Europa deve ser um mediador e não comportar-se ao lado
de uma das partes e com submissão aos interesses estratégicos americanos.
O conflito está
bem definido: por temer a Rússia, a Ucrânia quer ligar-se à NATO e à União
Europeia, enquanto a Rússia se sente ameaçada e não aceita que a NATO integre a
Ucrânia, depois de já ter integrado a Polónia, a Roménia, a Bulgária e os países
bálticos. A Rússia sente-se ameaçada e também ameaça. Não se percebe quem
provoca quem. A população ucraniana é muito heterogénea e tem muita gente de
origem russa, mas o que seguramente justifica esta tensão é a enorme riqueza ucraniana, designadamente em reservas de urânio, titânio, manganés e mercúrio.
A diplomacia tem
que actuar e parece que está a a trabalhar com as deslocações de Emmanuel Macron
e de Olaf Scoltz a Kiev e a Moscovo, bem como com as videoconferências entre
Vladimir Putin e Joe Biden. Há quem pense que Putin só espera por um pretexto
para fazer qualquer coisa. Entretanto, o apoio dos falcões está a deslumbrar Zelensky
que, em verdadeira histeria, está a armar a população e a dar-lhe instrução militar, incluindo a uma tal Valentyna Konstantynovka de 79 anos de idade, que se tornou capa do jornal The
Times e estrela dos noticiários televisivos internacionais, a mostrar que a propaganda é uma
arma muito poderosa.