sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Há uma crise, mas o Brasil não vai parar

O ano de 2015 foi muito duro para os brasileiros, mas todos os especialistas afirmam que o ano de 2016 não vai ser melhor. A imprensa brasileira diz que os sinais de deterioração da situação económica e social são evidentes e que esses sinais são percepcionados pelo homem comum, além de serem ampliados por uma situação política com alguma instabilidade e pelos muitos escândalos de corrupção que se vão conhecendo. Na sua edição de hoje o Correio Braziliense diz que a crise está a empurrar o Brasil para os anos 90 – um retrocesso de 20 anos – e que a hipótese de uma convulsão social em larga escala é uma real possibilidade, devido ao agravamento da situação económica, à quebra do produto nacional e do investimento estrangeiro, ao aumento da inflação e do custo de vida. O desemprego tem aumentado, tal como o número de famílias endividades e daí deriva uma enorme instabilidade social. A recessão brasileira tem situações semelhantes na Argentina e na Venezuela, que revelam a existência de uma crise mais geral, que a América Latina não conhecia desde os anos 80 e da qual é mais difícil sair.
Porém, o Brasil não vai parar, nem os brasileiros se vão deixar dominar pelo desânimo. Os ventos hão-de soprar de feição e, a seguir a esta tempestade, virá a bonança. No próximo Verão, entre os dias 5 e 21 de Agosto, a cidade do Rio de Janeiro vai receber o maior evento desportivo do mundo que pela primeira vez na sua história se realiza na América do Sul. A preparação dos Jogos Olímpicos vai ajudar a melhorar a auto-estima dos brasileiros e vai ajudar na recuperação da sua economia. É o que se deseja aconteça desde já.

As eleições presidenciais em Portugal - II

Hoje foram publicadas diversas sondagens relativas às eleições presidenciais do próximo domingo e todas elas apresentam previsões muito semelhantes que apontam para a vitória do candidato da Direita logo à primeira volta, com cerca de 52% dos votos, enquanto os outros votos dos portugueses se distribuem pelos diversos candidatos da Esquerda, destacando-se entre eles o candidato Sampaio da Nóvoa que recolhe 22% das intenções de voto.
As sondagens são recolhas de opiniões – espontâneas ou induzidas – com maior ou menor credibilidade técnica, que quantificam variáveis sociais e não são coisas do domínio das ciências exactas, apresentando intervalos de confiança bastante largos. Por isso, os 52% de intenções de voto que as sondagens atribuem ao televisivo Marcelo, consagrado como o Catavento, ainda não são “favas contadas”. É exactamente isso que dizem as sondagens, apesar dos jornalistas e comentadores do costume aproveitarem esse número para manipular a realidade a favor do seu “colega da televisão”. Porém, serão os votos e não as sondagens que, no domingo, vão determinar se teremos um presidente que não deixará de estar alinhado com o seu companheiro de partido que veio de Boliqueime, com o “cherne” Barroso e com a dupla P&P ou se, alternativamente, teremos uma segunda volta para apurar qual dos dois professores catedráticos da Universidade de Lisboa será o melhor presidente para Portugal.
Obviamente, eu voto António Sampaio da Nóvoa!

As eleições presidenciais em Portugal - I

As eleições presidenciais portuguesas realizam-se no próximo domingo e parece que não estão a interessar os eleitores que revelam alguma indiferença, talvez porque há vários candidatos de grande credibilidade para a função. Não tem havido crispações nem ânimos exaltados. Não tem havido ataques pessoais. A democracia está a funcionar. Assim, cada português pode escolher com tranquilidade o candidato que melhor se ajuste aos seus desejos, porque sabe que o seu futuro presidente vai ser melhor do que aquele que esteve em Belém nos últimos dez anos.
Essa realidade é básica e muito animadora, isto é, estamos em vias de nos vermos livres de alguém que nunca percebeu o que era a função presidencial e cujo estilo boliqueimístico enervava muita gente. Naturalmente que ninguém no mundo se interessa pelas eleições presidenciais portuguesas, até porque há muitos outros assuntos bem mais preocupantes um pouco por todo o lado. Por isso, é bem curioso o que faz hoje o jornal moçambicano O País ao destacar as eleições portuguesas na sua primeira página, com a fotografia dos principais candidatos.  Não se trata apenas de valorizar editorialmente um acontecimento político no quadro da Lusofonia, mas também de revelar interesse pelo que se passa em Portugal, que tão fortes afinidades históricas e culturais tem com Moçambique.