segunda-feira, 9 de julho de 2012

Federer: o homem de todos os recordes

Ontem, o tenista suiço Roger Federer venceu pela sétima vez na sua carreira o Torneio de Wimbledon, o mais antigo e mais prestigiado torneio de ténis do mundo, que se disputa desde 1877. Com essa vitória, Federer igualou o recorde de vitórias neste torneio que era detido pelo americano Pete Sampras, voltando a alcançar a liderança do ranking ATP e permitindo-lhe igualar e ultrapassar o recorde de 286 semanas como número um mundial que também pertencia a Pete Sampras. Os jornais de todo o mundo evidenciaram este notável feito, mas terá sido o jornal desportivo belga DH aquele que deu o destaque mais apropriado ao feito de Roger Federer: o homem de todos os recordes.
De facto, Federer conquistou 17 títulos do Grand Slam (quatro no Open da Austrália, um no Torneio de Roland-Garros, sete em Wimbledon e cinco no US Open) e um career Grand Slam (a vitória nos quatro torneios do Grand Slam, um recorde que partilha com cinco tenistas). Tem o recorde de 24 finais de Grand Slam disputadas e de participação em 23 semifinais consecutivas do Grand Slam, o que totaliza seis anos consecutivos de participações em semifinais de torneios do Grand Slam.
Conquistou o Laureus World Sportsman of the Year por quatro anos consecutivos e também detém o recorde de vitórias na ATP World Tour Finals. Como consequência desta carreira, na versão de 2012 da lista dos atletas mais bem pagos do mundo divulgada pela revista Forbes, o tenista Roger Federer aparece em 5º lugar com proveitos de 41.7 milhões de euros, apenas superado por dois boxeurs, um golfista e um basquetebolista americanos. É de facto, um homem de recordes.

O gangsterismo bancário

A maior referência da imprensa económica mundial – The Economist – acaba de criar ou ressuscitar um substantivo que define o que tem sido o comportamento do sector bancário britânico e dos seus gestores: banksters! A palavra deriva directamente de gangster, um termo usado para definir um membro de uma organização criminosa ou, mais propriamente, um bandido que actua integrado numa quadrilha ou, como hoje se diz, que actua em rede. A palavra foi adoptada pela língua portuguesa que, com alguma frequência, utiliza o termo gangsterismo, para definir comportamentos próprios de gangsters, incluindo o banditismo e o crime organizado.
The Economist utilizou a referida palavra devido ao recente caso Libor, em que os gestores do Barclays Bank manipularam a taxa de juro de referência do mercado inter-bancário londrino, no sentido de aumentar os seus lucros.
Mas a história vai muito para além da Grã-Bretanha e atinge os Estados Unidos, o Canadá e a União Europeia, envolvendo o Citigroup, o JPMorgan Chase, a UBS, o Deutsche Bank e o HSBC, entre muitos outros bancos. E a conceituada revista diz peremptoriamente: “Employees, from New York to Tokyo, are implicated”.
Essa cultura de ganância e de desonestidade bancária, bem como essa prática do “vale tudo” alastrou e também terá influenciado outras taxas de referência, designadamente a Euribor, o que representa prejuízos para cada um de nós e mais lucros para os bancos, que se esqueceram que o seu papel é apoiar os seus clientes e a economia e não o de encher os bolsos dos seus accionistas e gestores. Como salienta a revista inglesa é a ganância do gangsterismo bancário, de que também nós somos vítimas indefesas neste canto da Europa.