Exceptuando
alguns agentes do futebol, sobretudo Cristiano Ronaldo e, em menor grau, José
Mourinho, a imprensa não costuma dedicar espaços noticiosos aos portugueses que
se destacam no estrangeiro, assim acontecendo com António Guterres, Carlos
Tavares e António Damásio, entre alguns outros. Por isso, é com surpresa que
verificamos que o prestigiado jornal inglês The Times destaca na sua
edição de hoje o gestor António Horta Osório ou Sir António, que se demitiu da presidência do Credit Suisse Group,
que tem a sua sede em Zurique e que tem actividade em cinco dezenas de países.
António Horta
Osório é um gestor que, depois de uma carreira na banca internacional, teve grande
sucesso durante nove anos como presidente executivo do Lloyds Banking Group e
onde, segundo a imprensa, terá recebido mais de 56 milhões de libras em salários e prémios. A Rainha
Isabel II reconheceu o seu mérito, condecorou-o e nomeou-o cavaleiro como
Knight Bachelor, com direito a usar o título de Sir.
Em Dezembro de
2020 foi contratado para presidir ao Credit Suisse Group, que atravessava uma
grave crise, mas no passado domingo demitiu-se por ter violado as regras de
quarentena da covid-19 a que estava
obrigado, quer na Suíça, quer no Reino Unido. Segundo foi revelado, Horta
Osório viajou do Reino Unido para a Suíça no dia 28 de Novembro mas, antes que
decorressem os dez dias de quarentena obrigatória, viajou da Suíça para a
península Ibérica. Antes, Sir António
já teria quebrado as regras quando em Julho assistiu às finais do torneio de
Wimbledon, violando as normas sanitárias em vigor no Reino Unido.
Vários jornais
ingleses e espanhóis destacam esta notícia com fotografia em primeira página,
mas The
Times escolheu uma imagem que associa o gestor à sua paixão pelo ténis
que, segundo parece, ditou o seu pedido de demissão e o coloca de férias por
algum tempo.