quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A pouca-vergonha que teremos de pagar

O caso do Banif ainda vai fazer correr muita tinta, mas é mais uma evidente prova de que as coisas não têm corrido bem em Portugal e que não tivemos uma “saída limpa” como tantas vezes foi anunciado, antes tivemos uma saída bem suja como demonstra este caso do Banif e, também, o que aconteceu no Hospital de S. José por se ter querido poupar nos médicos.
Recentemente, o Tribunal de Contas fez um levantamento dos apoios estatais concedidos ao sector financeiro e concluiu que "entre 2008 e 2014 foram concedidos apoios públicos ao sector financeiro cujos fluxos líquidos atingiram no final do período 11.822 milhões de euros negativos". É demais!
Agora foi o Banif. Não se aprendeu a lição. Antes foi o BPN, o BPP e o BES, verdadeiros rostos de um sistema bancário incompetente, especulador, fraudulento e desonesto. Por diferentes razões, nuns casos criminosas, noutros de incompetência danosa. Muitos dos responsáveis destas calamidades passam incólumes entre os pingos da chuva. Alguns são mesmo reaproveitados para outras situações e pavoneiam-se na praça dos interesses partidários ou económicos. É gente que continua a considerar-se iluminada e que é tratado como grandes gestores que são pagos a preço de ouro, apesar da sua falta de escrúpulos e de ética empresarial. Muitos outros vieram encartados pela política partidária para servirem, promiscuamente, interesses estranhos à actividade para que foram contratados. Todos se especializaram em capitalistas de passivos.
É triste e degradante o comportamento miserável desta gente que tomou conta da nossa superestrutura e dos interesses de Portugal, um país em que 20% da população é pobre ou está em risco de pobreza severa, o desemprego atinge valores muito elevados, o salário mínimo é baixíssimo, a emigração continua, a território se desertifica, as grandes empresas públicas são vendidas. O povo português não merece isto!

A escolha das Misses é um assunto sério

O assunto não tem relevância nenhuma mas, sem dúvida, que tem piada, mesmo muita piada, pelo que o trazemos até à nossa Rua dos Navegantes. No passado fim de semana, na gala de eleição da Miss Universo realizada em Los Angeles, aconteceu o insólito. Nesse concurso de beleza, que é um dos mais importantes que se realizam no mundo, tinham-se apresentado inicialmente oitenta candidatas, mas no final do concurso ficaram apuradas três finalistas, que representavam a Colômbia, os Estados Unidos e as Filipinas. O suspense era total quando o apresentador Steve Harvey anunciou o resultado final e leu o nome da mulher que durante um ano será a representante da beleza mundial. Era a Miss Colômbia! A beldade recebeu a coroa, ramos de flores, muitos abraços e beijos sem fim, durante cerca de três minutos. Ela era a mulher mais bonita do Universo e era o orgulho da Colômbia. Porém, o apresentador interrompeu a cerimónia e, perante a entusiasmada assistência, disse que tinha que pedir desculpas porque se tinha enganado, informando que “em segundo lugar ficou a Miss Colômbia” e que afinal a vencedora era a Miss Filipinas. Foi uma grande bronca. O erro deu origem a uma grande controvérsia e a Colômbia pareceu ficar ferida no seu orgulho nacional. Até o seu presidente Juan Manuel Santos veio afirmar que Ariadna Gutiérrez “será sempre a nossa Miss Universo" e que está "muito orgulhoso". Ao mesmo tempo Pía Alonzo Wurtzbach, a Miss Filipinas, começou a ser acusada de manter uma relação amorosa com Benigno Aquino, o presidente filipino, o que não acrescenta nem retira nada ao que aconteceu. Quem diria que esta coisa das misses tinha tanta importância nacional…
O facto é que El Universal, o diario de Cartagena, lhe dedicou muito espaço e explicou tudo para estimular o orgulho nacional colombiano perante esta enorme injustiça..