O caso do Banif
ainda vai fazer correr muita tinta, mas é mais uma evidente prova de que as
coisas não têm corrido bem em Portugal e que não tivemos uma “saída limpa” como
tantas vezes foi anunciado, antes tivemos uma saída bem suja como demonstra
este caso do Banif e, também, o que aconteceu no Hospital de S. José por se ter
querido poupar nos médicos.
Recentemente, o
Tribunal de Contas fez um levantamento dos apoios estatais concedidos ao sector
financeiro e concluiu que "entre 2008 e 2014 foram concedidos apoios
públicos ao sector financeiro cujos fluxos líquidos atingiram no final do
período 11.822 milhões de euros negativos". É demais!
Agora foi o
Banif. Não se aprendeu a lição. Antes foi o BPN, o BPP e o BES, verdadeiros
rostos de um sistema bancário incompetente, especulador, fraudulento e
desonesto. Por diferentes razões, nuns casos criminosas, noutros de
incompetência danosa. Muitos dos responsáveis destas calamidades passam incólumes
entre os pingos da chuva. Alguns são mesmo reaproveitados para outras situações
e pavoneiam-se na praça dos interesses partidários ou económicos. É gente que continua
a considerar-se iluminada e que é tratado como grandes gestores que são pagos a
preço de ouro, apesar da sua falta de escrúpulos e de ética empresarial. Muitos
outros vieram encartados pela política partidária para servirem,
promiscuamente, interesses estranhos à actividade para que foram contratados.
Todos se especializaram em capitalistas de passivos.
É triste e degradante o
comportamento miserável desta gente que tomou conta da nossa superestrutura e
dos interesses de Portugal, um país em que 20% da população é pobre ou está em
risco de pobreza severa, o desemprego atinge valores muito elevados, o salário
mínimo é baixíssimo, a emigração continua, a território se desertifica, as
grandes empresas públicas são vendidas. O povo português não merece isto!
Nesta hora de balanços, que triste o deste nosso Portugal, conduzido por estes filhos da burocracia (como dizia ontem um amigo meu e com quem de imediato discordei quanto à identidade da maternidade), contabilistas rascas, que se têm posto de joelhos perante uma Europa arrogante e que nos querem obrigar a fazer o mesmo.
ResponderEliminarComo se sair daqui? Será que o sistema se consegue auto-regenerar? Ou que ainda aparece aí um (outro) D. Sebastião, aceite porque considerado preferível a isto tudo?
Que o 2016 nos possibilite sair destas nuvens negras!
Boas Festas para a Rua dos Navegantes e para todos os que lá moram.
Isto não é "pouca-vergonha", é "nenhuma vergonha" ... e sem querer ser agoirento já se adivinha outro caso no horizonte. Fomos tomados por um bando de "gangsters" e enquanto não houver medidas drásticas (prisão) para os responsáveis continuaremos a ser os mexilhões desta história!
ResponderEliminarAssocio-me às Boas Festas do anterior comentador!