sexta-feira, 29 de junho de 2012

Começamos a ficar cansados desta farsa


O Instituto Nacional de Estatística divulgou o valor nominal do défice das Administrações públicas que atingiu os 3.217 milhões de euros no 1º trimestre de 2012, um valor que compara com os 3.097 milhões de euros registados no final do primeiro trimestre de 2011. Analisando estes dados em percentagem do PIB, verifica-se um agravamento dos 7,5% do final do 1º trimestre de 2011 para os 7,9% registados no 1º trimestre de 2012. A principal explicação para esta evolução negativa do défice, que aumenta face ao ano passado apesar de todas as medidas de austeridade, está na diminuição da receita dos impostos e no aumento da despesa com as contribuições sociais. O cidadão comum e, em especial, os desempregados, os pensionistas e os funcionários públicos, não compreendem como se chegou a este resultado, apesar do “assalto” que tem sido feito aos rendimentos de quem trabalha ou já trabalhou. Há um ano tinham-nos prometido um défice de 4.5% e afinal estão nos 7.9%. Onde estavam as gorduras do Estado? Onde estava a incompetência socrática? Onde estavam as soluções e as facilidades que com arrogância nos prometeram os catrogas, os moedas, os coelhos, os nogeiras, os álvaros, os cantigas e outros que tais? Foi uma encenação e tudo não passou de despudorada propaganda. Afinal o resultado desta governação é medíocre e os seus responsáveis revelam-se incompetentes e impreparados.
O monocórdico ministro que é o rosto deste fracasso da execução orçamental já disse que "está a correr pior que o esperado" e que isso significava um aumento dos "riscos e incertezas" relativamente à possibilidade de cumprir a meta para o défice e, perante este quadro, o governo até já sugere a aplicação de mais medidas de austeridade. Isso é o que faria o merceeiro da esquina. Começamos a ficar cansados desta farsa.

O Festival ao Largo 2012

Com uma programação quase diária,  vai ser apresentada no espaço fronteiro ao Teatro Nacional de São Carlos em Lisboa, a edição de 2012 do Festival ao Largo, onde desde 29 de Junho a 29 de Julho e sempre a partir das 22:00 horas, vai estar presente a música, enquadrada em espaços de dança e ópera. Será uma grande festa dedicada à música sinfónica, coral-sinfónica e à dança, em que músicos, cantores, bailarinos, maestros e coreógrafos, de renome nacional e internacional, proporcionarão ao público cerca de duas dezenas de espectáculos ao ar livre e sempre de entrada gratuita.  A programação desta 3ª edição do Festival ao Largo é de grande qualidade e aprofunda a dimensão da ópera, da dança e da música de cena, que são os géneros mais estreitamente ligados às instituições que dão corpo a este festival - o Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) e a Companhia Nacional de Bailado (CNB), mas também aborda as músicas do mundo, o teatro e a dança ao ar livre. O programa que está a ser divulgado apresenta uma enorme variedade da oferta, que inclui apresentações da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do TNSC, da Orquestra Chinesa de Macau e de muitos outros grupos nacionais e estrangeiros. O local é particularmente adequado para a realização de um festival deste tipo pelo seu enquadramento arquitectónico e constitui uma boa oportunidade para atrair público àquela zona da cidade, mas as condições oferecidas aos espectadores são muito desconfortáveis: ou se vai cedo e se encontra um dos poucos lugares sentados ou se assiste de longe, de pé e com pouca visibilidade. Mas o melhor é que cada um experimente!