terça-feira, 13 de agosto de 2019

Viva Viana mais a Romaria das Romarias

Elas aí estão!
São as Festas de Agosto em Viana do Castelo ou a Romaria da Senhora da Agonia, provavelmente, as mais famosas festas populares que se realizam em Portugal.
Diz-se que esta centenária festa é a Romaria das Romarias de Portugal, porque mobiliza uma cidade e a região do Alto Minho, mas também porque atrai muitos milhares de visitantes encantados pela religiosidade, pela cor, pelos sons e por uma contagiante alegria popular.
Logo no dia 16 de Agosto realiza-se o sempre esperado Desfile da Mordomia que muitos consideram o verdadeiro ex-libris das Festas, mas todos os dias há outros motivos de interesse cultural, como a Procissão do Mar da Senhora da Agonia, o Cortejo Histórico-etnográfico que envolve cerca de três milhares de participantes, os desfiles de bombos e cabeçudos e muitos outros coloridos desfiles que animam o povo e a cidade durante vários dias. Naturalmente, não faltarão os concertos musicais, os fogos de artifício e a feira onde o visitante encontrará de tudo.
Como pano de fundo, há a inesquecível voz que Amália emprestou à composição de Pedro Homem de Melo e Alain Oulman, que continua a ser um quase-hino da Romaria da Agonia:
Se o meu sangue não me engana
Como engana a fantasia
Havemos de ir à Viana
Ó meu amor de algum dia
Porém, numa festa culturalmente tão extraordinária só fica um pequeno lamento, porque a Romaria da Senhora da Agonia bem merecia um cartaz promocional muito mais criativo.

A dinâmica da cultura portuguesa em Goa

Quando se aproximam sessenta anos do traumático fim do Estado Português da Índia e quando a chamada geração da saudade vai desaparecendo pela natural sequência da lei da vida, os sinais de resistência da cultura portuguesa à crescente indianização do Estado de Goa continuam a ser muito fortes. Apesar de existir um Consulado-Geral em Goa e algumas instituições culturais públicas e privadas portuguesas que, certamente desenvolvem algumas actividades culturais, o facto é que são as iniciativas da sociedade civil e em especial das novas gerações de goeses, que estão a revelar-se com muito interesse e com um enorme dinamismo em prol da cultura portuguesa.
A música, de que os goeses são singularmente entusiastas, tem sido o principal veículo de promoção da cultura portuguesa em Goa, especialmente através do fado. Foi assim antigamente, mas depois de 1961 esse interesse estagnou ou passou a ser politicamente desadequado à nova realidade goesa. Porém, nos últimos anos tem havido vários jovens que se têm dedicado ao fado e alguns músicos que se tornaram exímios executantes da guitarra portuguesa.
O recém-criado Centre for Indo-Portuguese Arts (CIPA) vai inaugurar em Pangim, no próximo dia 15 de Agosto, a sua Madragoa – casa do fado e mandó. É, seguramente, um momento alto da vida cultural goesa, no qual se juntam dois dos mais talentosos músicos goeses – Orlando de Noronha e Carlos Meneses – a acompanhar a voz da fadista Sonia Shirsat.
Já que não posso estar lá como gostaria, daqui envio o meu forte aplauso à iniciativa daqueles bons amigos que espero seja gratificante, contagiante e duradoura.