quinta-feira, 14 de setembro de 2023

As imensas preocupações do nosso tempo

A frequência com que se vão realizando cimeiras de alto nível e se vão afirmando solidariedades no mundo contemporâneo é muito preocupante, apesar das continuadas manifestações de vontade de cooperação económica e de redução das tensões internacionais. 
Os últimos meses têm acentuado essas preocupações e muita gente teme as políticas armamentistas que estão em curso por toda a parte. Poucos falam de paz, de cooperação, de desenvolvimento, da resolução dos problemas da fome e da doença. Ouvem-se os comentadores televisivos e parece que o futuro da Humanidade passa pela confrontação, o que exige que cada um se arme até aos dentes. Um dos mais evidentes sinais desta situação são as recentes reuniões da NATO em Vilnius, a cimeira dos BRICS em Joanesburgo, ou o encontro dos países do G20, mas também muitas outras cimeiras que se realizaram nos últimos meses para fazer negócios, sobretudo a venda de aviões, de mísseis e de outros armamentos, mas principalmente para procurar firmar alianças e afirmar solidariedades.
A lista é muito extensa. Emmanuel Macron e Ursula von der Leyen visitaram a China, enquanto Narendra Modi foi recebido em festa em Washington e Paris. Xi Jinping visitou Moscovo e recebeu meio mundo em Pequim, incluindo Lula da Silva, Nicolas Maduro e Antony Blinken. Recep Tayyp Erdogan esteve na Arábia Saudita, no Qatar e nos Emirados, falando com Moscovo e com Kiev, enquanto Joe Biden esteve em Londres, em Bruxelas, em Vilnius e se prepara para ir ao Vietnam. Ontem Vladimir Putin encontrou-se com Kim Jong-un e a imprensa mundial, designadamente o londrino The Times, registou essa nova aliança entre dois líderes e dois regimes dispondo de armamento nuclear. Se havia quem se preocupasse com tanta "contagem de espingardas", a aliança entre estes dois dirigentes é um motivo adicional de preocupação para o mundo.