quarta-feira, 16 de outubro de 2019

O tangará do Brasil em risco de extinção

Cuiabá é uma cidade brasileira localizada nas margens do rio Cuiabá, na parte ocidental do país que faz fronteira com a Bolívia, sendo a capital do estado de Mato Grosso. O seu jornal mais importante é o Diário de Cuiabá que, na sua edição de ontem, inclui uma interessante reportagem sobre animais em risco e destaca na sua primeira página uma fotografia de um pássaro do genero tangará (Chiroxiphia caudata).
O jornal publica um estudo académico que analisou informações sobre mais de 30 mil espécies de vertebrados e que mostra que muitas espécies selvagens estão sob ameaça de extinção, devido sobretudo à acção de traficantes, calculando que 18% das espécies de aves, mamíferos, répteis e anfíbios estão em perigo. A diminuição de algumas espécies é preocupante, pois muitas delas estão a ser contrabandeadas como animais de exóticos de estimação ou são capturadas para a extracção de subprodutos como peles e outras partes. A agravar a situação, verifica-se que, quanto mais ameaçada está uma espécie, maior é o seu valor no mercado negro. Ora isso faz aumentar a procura e, por consequência, o risco de extinção das espécies.
Uma das espécies mais perseguidas pelos traficantes é o tangará, que é um pássaro muito procurado por coleccionadores devido à sua plumagem muito colorida e variada. Estima-se que existam 46 espécies de tangará, um pássaro que tem rituais de acasalamento que envolvem canto e dança, que foram captados e dados a conhecer pelas reportagens televisivas da National Geographic Society, mas segundo o estudo antes mencionado, a espécie pode estar realmente em perigo de extinção.

Barcelona está sob uma onda de violência

A Catalunha e, em especial a cidade de Barcelona, viveram os dois dias que se seguiram à leitura da sentença do Supremo Tribunal de Espanha que condenou nove independentistas catalães, sob grande tensão e com acções de grande violência atribuídas aos CDR, os chamados Comités de Defesa da República. Estes grupos surgiram em 2017 para defender a realização do referendo pela independência e evoluíram depois para um novo objectivo de lutar pela proclamação da Républica Catalana, supostamente na base de uma estratégia de desobediência civil não violenta. Porém, a prática destes comités tem sido bem diferente do que anunciavam pois têm-se verificado numerosos distúrbios e outros episódios de confrontação pouco pacíficos.
O que aconteceu nos últimos dois dias em Barcelona e que pudemos ver pelas televisões, lembrando os motins dos coletes verdes de Paris ou as violentas manifestações de Hong Kong, é um sinal preocupante. A violência chegou a Barcelona onde o protesto contra as condenações mobilizou alguns milhares de manifestantes - cerca de 40.000 segundo as autoridades - que se confrontaram com a policia, que incendiaram contentores e que ensaiaram o levantamento de barricadas. A enorme confusão que se instalou na Catalunha e o caos que tomou conta de muitas ruas de Barcelona parecem ultrapassar aquilo que o próprio presidente da Generalitat Quim Torra, um assumido independentista, eventualmente desejaria e, por isso, é bem possível que o governo de Espanha volte a assumir o controlo daquela região autónoma.
Só o diálogo e a concertação podem resolver o problema catalão. A violência anárquica e descontrolada, nas suas diferentes formas, nada resolve e só atrapalha a vida quotidiana dos cidadãos. Independentemente do desenvolvimento que tiver o violento protesto nas ruas de Barcelona e da estratégia que os CDR adoptarem, as eleições do próximo dia 10 de Novembro vão ser muito importantes para o futuro da Catalunha.