Hoje é o Dia da
Europa, em que se assinala o aniversário da histórica Declaração Schuman, proferida no dia 9 de Maio de 1950 em Paris, em
que propunha uma nova forma de cooperação política que tornasse impensável a
repetição do drama da guerra por que a Europa acabara de passar. A ideia de
Robert Schuman assentava na criação de uma instituição europeia encarregada de
gerir a produção do carvão e do aço e, menos de um ano depois, era criada a
CECA (Comunidade Económica do Carvão e do Aço). A ideia de Schuman avançou
ainda mais e, no dia 25 de Março de 1957, foi assinado o Tratado de Roma que
constituiu a CEE (Comunidade Económica Europeia), subscrito pela Bélgica,
França, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e República Federal da Alemanha. A
partir de 1 de Janeiro de 1986 foi a vez de Portugal ter sido admitido como o
11º Estado-membro, em simultâneo com a Espanha. Hoje são 28 Estados, agregados
em torno de uma gigantesca máquina burocrática que cada vez mais se afasta dos
princípios enunciados pelos seus fundadores e do espaço de liberdade, segurança
e justiça com que eles sonharam. Muitos dos seus princípios fundadores, como a
promoção da paz e do bem-estar dos povos da Europa, a coesão económica e
social, a solidariedade comunitária e a própria soberania nacional dos
Estados-membros, entre outros, estão ameaçados pelos interesses burocráticos
instalados em Bruxelas.
A União Europeia
está hoje perante a maior crise política da sua história de mais de meio século,
sem conseguir resolver o drama dos refugiados, com a ameaça do Brexit e com o
populismo em ascensão. Depois de tantos anos, continua sem rumo e a falar a
várias vozes, tendo muitas responsabilidades nas dramáticas situações de guerra
e de tragédia humanitária que se vivem junto de muitas das suas fronteiras.
Depois, pela boca de um qualquer Jeroen Dijsselbloem ou de um Pierre Moscovici,
exibe a sua arrogância não solidária nas pequenas coisas que humilham os seus
próprios parceiros que passam por mais dificuldades. O jornal catalão Ara pergunta
e bem, como salvar uma Europa dominada por egoismos e pela debilidade das suas lideranças.
De facto, o futuro da Europa é cada vez mais uma incógnita.