quinta-feira, 28 de junho de 2018

A visita oficial que MRS fez ao Donald

Ontem, dia 27 de Junho de 2018, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa foi recebido na Casa Branca em Washington pelo Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, tendo os dois presidentes mantido uma reunião a sós na Sala Oval durante cerca de 25 minutos, a que se seguiu uma reunião alargada às respectivas equipas de diplomatas e assessores.
Não havia quaisquer assuntos importantes na agenda entre os dois países e MRS nem sequer podia falar em nome da União Europeia. Por isso, foi um encontrosinho para a fotografia, em que  para além das declarações de circunstância, sempre amistosas e elogiosas, os dois presidentes falaram de banalidades diversas, embora o encontro também tenha servido para lembrar ao Donald que Portugal existe e que, como salientou MRS, foi "o primeiro país neutral a reconhecer a independência dos Estados Unidos da América, apesar de ter a Inglaterra como o mais antigo aliado". Como convém, nestes casos, houve uma declaração final em que MRS disse que"não houve nada, mas verdadeiramente nada de relevante naquilo que era convergente ou divergente que não tivesse sido tratado". E ficamos mais descansados.
Tanto quanto sabemos, nas múltiplas viagens presidenciais de MRS desapareceram as extensas comitivas de que os anteriores presidentes tanto gostavam. Anteriormente, eram empresários, banqueiros ou agentes culturais, quase sempre os mesmos, que enchiam os aviões e os hotéis nas viagens presidenciais, com a conta a ser paga pela Presidência da República. Nesse aspecto, MRS inovou e acabou com essa dispendiosa fantasia das comitivas presidenciais. Quanto ao resto, nada mas mesmo nada se pode esperar deste encontro entre MRS e o Donald para além de uma fotografia, que aliás a imprensa portuguesa não deixou de divulgar, embora o Diário de Notícias tenha lamentavelmente sobreposto à dita fotografia uma não-notícia especulativa. Em síntese, é muito útil e animador que possamos exibir pelo mundo um presidente moderno, culto e cosmopolita como é MRS, mesmo que seja só para ser fotografado.

O êxito de Salvador Sobral em Málaga

Salvador Sobral, o músico português que ganhou o Festival da Eurovisão em 2017, iniciou uma tournée por Espanha e actuou ontem no Teatro Cervantes de Málaga. O seu concerto foi um êxito que o jornal Málaga hoy destacou hoje com uma fotografia de primeira página a seis colunas.
Seis meses depois de um transplante cardíaco que se realizou em Lisboa no Hospital de Santa Cruz, o músico português retomou a sua vida normal, embora tenha passado de um quase anonimato artístico para um pedestal de fama. Comunicador, poliglota e com um discurso inteligente e bem humorado, Salvador Sobral foi solicitado para dar entrevistas em que, com humor, recordou uma sua apresentação em Málaga há três anos:
“Toquei em Málaga com mais músicos que público. Éramos um quarteto e havia três pessoas a ouvir-nos. Superdeprimente. Mas voltarei a tocar em bares quando tudo isto (a fama), que é efémera, acabar”.
Uma outra ideia que se destaca nas suas entrevistas é a sua referência à musica dos festivais da canção:
“Foi uma ingenuidade da minha parte pensar que podia mudar alguma coisa. Ganhei a Eurovisão porque era diferente e o que é diferente ganha sempre. Um ano ganhou uma mulher com barba, no outro ano ganhou uma fulana que emite sons de galinha e no outro ano ganhei eu com uma canção bonita”.
O triunfo no Festival da Eurovisão de 2017 projectou-o e permite-lhe ter inúmeros concertos agendados para os próximos tempos em Espanha, Suiça, Alemanha e, naturalmente, Portugal. Ainda bem. Ele mostra-se realista e parece não se deslumbrar com o que lhe está a acontecer. Ele é um homem muito inteligente, de muito valor e de muita coragem, que até sabe que a fama é coisa efémera. O seu êxito não pode deixar de nos emocionar. Parabéns, Salvador Sobral.