sábado, 15 de maio de 2021

A ilha do Pico a despertar para o turismo

Na sua edição de hoje o jornal Público decidiu homenagear a ilha do Pico e, naturalmente, para quem como nós costuma estar e actualmente está na ilha, esta divulgação feita num órgão de comunicação nacional de referência é mesmo um grande acontecimento. Porém, é preciso muita ponderação para analisar esse acontecimento, porque numa altura em que há importantes ocorrências em Portugal e no mundo, pode questionar-se por que razão terá um tão prestigiado jornal escolhido uma fotografia da ilha do Pico para ilustrar toda a largura da sua primeira página. Essa fotografia, em que os elementos dominantes são o mar e a montanha mais alta de Portugal, aparece apenas como uma chamada de atenção para os textos incluídos no seu suplemento Fugas, o que é jornalisticamente um exagero.
Nesse suplemento encontram-se textos muito bem escritos e bem ilustrados, destacando-se a referência a Paulo Afonso, um grande campeão de caça submarina que o país não conhece. Porém, embora qualquer reportagem jornalística tenha que fazer opções temáticas, verificamos que a generalidade dos temas foram “cirurgicamente” escolhidos, mostrando as facetas turísticas picoenses que a ATA – Associação de Turismo dos Açores escolheu ou sugeriu que fossem tratados.
Portanto, embora me agradasse ter visto a ilha do Pico referida na primeira página de um jornal de referência, o facto é que o suplemento Fugas acolheu uma verdadeira publireportagem, que uma qualquer agência de viagens ou de comunicação poderia fazer para promover um destino turístico. Podia fazê-lo? Sem dúvida. Porém, a fotografia de primeira página de que tanto gostei, é uma enorme gaffe jornalística.
Portanto, o Público errou. 

A escalada bélica em terras da Palestina

O conflito entre Israel e a Palestina é muito antigo e, de vez em quando, agudiza-se. 
Na sequência de mútuas provocações, assim está a acontecer mais uma vez, agora com um impressionante nível de brutalidade e de destruição, que nos é mostrado nas imagens exibidas diariamente pelas cadeias de televisão de todo o mundo. Da mesma forma, também a imprensa internacional dá notícia da gravidade dos acontecimentos que estão a passar-se naquela região, sendo o jornal Libération um dos que lhe dedicou mais atenção. 
As duas partes têm anunciado a sua irredutibilidade para cessar as suas agressões, procurando assegurar o apoio das suas populações, mas não têm evitado condenáveis excessos. Porém, no caso das forças israelitas não se trata apenas de atacar alvos de interesse militar, mas de provocar destruições em larga escala como acontece com torres habitacionais que são arrasadas, sem outro objectivo que não seja a desmoralização palestiniana e a sua humilhação. 
É enorme a desproporção das forças em presença e o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu tem afirmado que continuará a ordenar ataques contra as milícias palestinianas em Gaza, bem como a eliminação selectiva da liderança militar do Hamas, além de admitir que vai invadir os territórios controlados pela Autoridade Nacional Palestiniana. É a guerra total. É preciso travá-la de imediato. Exige-se um esforço diplomático para travar esta escalada antes que outras forças se solidarizem com as partes em guerra e que este conflito alastre a todo martirizado Médio Oriente.