A Direcção Geral
de Economia e Finanças da Comissão Europeia advertiu há umas semanas atrás, para
a possibilidade dos contribuintes portugueses virem a suportar eventuais
prejuízos do Novo Banco, depois de ter sido detectado um enorme buraco
financeiro e de ser necessário reforçar o seu capital em 1398 milhões de euros
no prazo de nove meses. A ministra Albuquerque afirmou então: “Digo o que
sempre disse: os contribuintes não serão chamados a suportar eventuais perdas
do Novo Banco”.
O assunto não ficou
esquecido e a pressa para o vender acentuou-se. Assim, foi agora anunciado que o
principal rosto da política de privatizações do governo de Passos & Portas tinha
sido contratado pelo Banco de Portugal para vender o Novo Banco. A contratação
do supracitado indivíduo de nome Sérgio Monteiro, que é um antigo funcionário
da CGD, envolve uma remuneração mensal da ordem dos 30 mil euros, segundo
noticiou o Público. O seu currículo revela que o referido Monteiro tem
sido contemplado com alguns tachos a premiar a sua militância partidária, que
assinou alguns contratos swaps, um
dos quais gerou perdas de 152 milhões de euros ao Estado e, ainda, que esteve
envolvido nas privatizações das lucrativas e estratégicas ANA e CTT, mas também
da CP Carga e, por duas vezes, da TAP. Este currículo mostra que Monteiro tem
mexido em muita massa, mas não garante que o tenha feito da melhor maneira, nem
com salvaguarda do interesse nacional. Segundo diz o jornal, o montante que vai
receber mensalmente está “a gerar perplexidade quer na CGD, quer no
supervisor”, mas eu também fico perplexo por lhe pagarem tanto dinheiro, quando
anda o país todo com o cinto tão apertado. E não deixarei de ficar perplexo quando souber que, ao contrário do que eles juraram, ainda teremos de pagar o Novo Banco