Depois
de muitas semanas em que o mundo ignorou a brutalidade e a desproporcionada
violência com que as forças de Benjamin Netanyahu atacaram o povo palestiniano
na Faixa de Gaza a coberto da sua luta contra o Hamas e a sua legítima tentativa
de libertação de reféns, parece que os líderes europeus finalmente acordaram
para a gravíssima situação humanitária que está criada. Provavelmente, tarde
demais.
A
situação é muito antiga e muito complexa, mas foi definida em 1947 no quadro
das Nações Unidas, quando na sua Resolução 181 determinava a partilha das
terras entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, prevendo a criação de um estado
judeu e de um estado átabe – Israel e Palestina – mas desde então os confrontos
são permanentes, com Israel a ocupar largas parcelas do território palestiniano.
No dia 22 de outubro de 2023 a situação agudizou-se com a brutal acção do Hamas,
mas logo os Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido e Itália
lançaram uma declaração conjunta, apoiando o direito de Israel se defender. Israel
defendeu-se e contra-atacou de maneira desproporcionada e brutal, perante a
cumplicidade dos países ocidentais que lhe fornecem armas e lhe dão apoio
político. O regime extremista de Benjamin Netanyahu tem prosseguido uma acção
de verdadeiro extermínio da população palestiniana na Faixa de Gaza, não só
pelas bombas, mas também pela fome.
Nas
últimas horas, conforme relata o diário catalão La Vanguardia e outros
jornais europeus, surgiram vozes a condenar abertamente Benjamin Netanyahu,
sobre quem o TPI já emitiu três mandatos de captura por crimes de guerra,
incluindo a fome “como método de guerra”.
A indiferença
ou o apoio, disfarçado ou não, perante a violência israelita, é uma das mais
tristes marcas da decadência com que os líderes europeus estão a conduzir o
velho continente.