Tem sido afirmado repetidamente, desde há cerca de dez anos, que o grande problema português é a estagnação económica, ou a falta de crescimento económico, ou o não crescimento do produto interno bruto (PIB).
De facto, sem crescimento económico, não há criação de emprego, nem há riqueza adicional para distribuir ou, por outras palavras, empobrecemos todos os dias.
O crescimento económico representa o aumento do produto que, na óptica da despesa, significa a soma do consumo (público e privado), mais o investimento (que corresponde à poupança), mais as exportações e menos as importações (de bens e serviços).
Assim, a resolução do nosso problema económico passa pelos agentes económicos – o Estado, as empresas e as famílias –, mas também passa pelos hábitos de cada um de nós que, à nossa pequena escala, podemos contribuir para o aumento das exportações e para a diminuição das importações – preferindo o made in Portugal, mantendo as ruas e as praias limpas para atrair turistas, evitando as lojas chinesas, comprando frutas nacionais, abdicando de férias no exterior, etc, etc.
Tudo isto vem a propósito da tranquilizadora notícia divulgada pela Agência Portuguesa de Agências de Viagem e Turismo (APAVT), que “desconhece a existência de problemas com os 800 a 900 portugueses que estão na República Dominicana”, onde a passagem do furacão Irene matou três pessoas. Ainda bem que os nossos concidadãos podem continuar a gozar as suas férias dominicanas! Até pode ser que as ventanias lhe tivessem dado um toque mais exótico e lhes tenham dado mais histórias para, no regresso, poderem contar aos amigos que fizeram férias na Trafaria e na Fonte da Telha!
Entretanto, o furacão que se desloca com ventos com intensidade de 195 quilómetros por hora e fortes chuvas, depois passar por Porto Rico, República Dominicana e Bahamas, segue agora para os Estados Unidos, onde ameaça causar sérios estragos. Por cá, mesmo sem o furacão Irene, também continuam os estragos na economia e nas finanças, até porque as férias no estrangeiro dão uma boa ajuda a esse estrago.
Novecentos portugueses de férias na República Dominicana é obra!