O ano
de 2016 vai ficar na história recente de Portugal, por muito boas razões.
No
campo da nossa política interna tivemos uma eleição presidencial que colocou em
Belém um homem que respira alegria e que despachou para o esquecimento de
Boliqueime aquele que durante dez anos ensombrou a nossa vida política mas,
como se isso fosse pouco, ainda tivemos um governo que acabou com aquela
pantomina que era o arco da governação e que, segundo revelam as sondagens,
está a merecer cada vez mais o agrado dos portugueses.
No
campo da política internacional também assistimos a uma Comissão Europeia que,
depois de tanto nos ter humilhado, se desfaz agora em elogios aos resultados da
governação portuguesa, enquanto um processo de grande profissionalismo
diplomático levou o enorme prestígio de António Guterres ao cargo de
Secretário-Geral das Nações Unidas.
No
campo desportivo também o sucesso nos bateu à porta com as vitórias europeias
no hóquei em patins e, sobretudo no Euro 2016, em que aquele golo do
improvável Éder deixou o país cheio de orgulho e de lágrimas de alegria.
Porém,
num tempo em que prevalecem as culturas mediáticas e pesem embora todas as
coisas boas que aconteceram em Portugal, não será exagero afirmar-se que o ano
de 2016 foi o ano de Cristiano Ronaldo, que no espectro mediático dá pelo nome
de CR7. O homem fartou-se de ganhar títulos colectivos e prémios individuais.
Então não é que agora foi eleito o melhor desportista europeu de 2016, quando
havia desportistas alemães e ingleses, mas também franceses, italianos, espanhóis
e de muitos outros países, que rematam, nadam, pedalam, velejam ou remam? Aqui nenhum jornal
lhe dedicou uma página inteira, como hoje fez o diário espanhol as.
De
facto, é caso para dizer que se mais prémio houvera, mais ganhara.