terça-feira, 15 de outubro de 2013

Moçambique e a importância do cajú

O semanário moçambicano Domingo que se publica na cidade do Maputo e que  é um dos periódicos publicados pela Sociedade do Notícias, SA , na sua última edição, dedica uma extensa reportagem ao cajú e à sua economia específica, dizendo que está em alta. E parece que sim.
Moçambique já foi um dos maiores produtores e exportadores mundiais de castanha de cajú até finais da década de 1970. Naquela altura, produzia cerca de 200 mil toneladas por ano, mas após a independência verificou-se uma redução da produção para as 15 mil toneladas anuais. Os tempos mudaram e, actualmente, o Instituto de Fomento do Cajú pretende recuperar o lugar que perdeu: na campanha de 2010-2011 foram exportadas cerca de 112 mil toneladas de castanha, mas na campanha seguinte as condições agro-climáticas trouxeram a produção para cerca de 80 mil toneladas. Na presente campanha de 2012-2013, a estimativa aponta para uma produção de 110 mil toneladas e esse resultado está a mostrar a importância económica e social do cajú para os moçambicanos. Actualmente, mais de 40 por cento dos agricultores moçambicanos, ou cerca de um milhão de agregados familiares produzem castanha de cajú, uma das poucas culturas fiáveis que os agricultores conseguem produzir no país. Na província de Nampula, a castanha de cajú, representa cerca de um quinto dos rendimentos totais dos agregados familiares e aproximadamente dois terços do total dos rendimentos em dinheiro. Perante este quadro, há um plano para aumentar o plantio de cajueiros e para expandir as áreas de produção de castanha de cajú, mas também para instalar novas fábricas de processamento que levem a um maior valor acrescentado do cajú moçambicano. Moçambique é actualmente um médio produtor mundial e quer recuperar quota de mercado a nível mundial, porque isso contribui para acabar com a pobreza de grande parte da sua população rural e para equilibrar a balança comercial do país.

Autumn beauty

Há dias destacamos aqui a primeira página do The Daily Telegraph por ter publicado a fotografia de uma onda gigante a rebentar sobre o farol de Seaham Harbour, no distrito de County Durham, no noroeste da Inglaterra.
Hoje é o jornal The Times que, na sua primeira página, destaca uma fotografia de Batcombe Vale, na região do Somerset, no sudoeste da Inglaterra, com a legenda “Autumn beauty”, na qual se pode observar a espessa neblina que cobre uma vasta área e que apenas deixa a copa das árvores à vista.
São duas excelentes fotografias a justificar que “uma imagem vale mais do que mil palavras”, mas a publicação destas duas fotografias em dois prestigiados jornais ingleses, separada por poucos dias, revela uma maneira diferente de fazer jornalismo, que é pouco habitual. Não se trata de optar entre conteúdos genéricos ou conteúdos especializados, nem de publicar notícias e opiniões sobre os mais diversos interesses sociais, com maior ou menor sensacionalismo para atrair leitores. O que estes jornais fazem é a promoção do fotojornalismo, isto é, a difusão da informação através da imagem com o apoio de um texto, em vez da habitual informação escrita apoiada por uma fotografia. Assim, o fotojornalismo mostra que pode ir para além das imagens das guerras, das catástrofes ou das competições desportivas e tratar temas tão vulgares, mas esteticamente atraentes, como é a chegada do Outono.