domingo, 24 de agosto de 2025

Netanyahu: ignóbil, vingativo e criminoso

Um relatório das Nações Unidas divulgado há dois dias revelou o que já se suspeitava, isto é, o território de Gaza está numa situação de inanição generalizada, miséria e morte, com mais de meio milhão de pessoas a passar fome. Tudo isto era sabido desde há muito tempo, sobretudo através das imagens televisivas que nos chegam daquele martirizado território mas, a partir de agora, as Nações Unidas declararam oficialmente a fome em Gaza devido às obstruções à ajuda humanitária que, de acordo como o Direito Internacional Humanitário, o governo israelita tem a obrigação de permitir. 
O jornal inglês The Independent destacou esta notícia, mas a generalidade da imprensa ignorou-a, o que mostra claramente quem domina e manipula a informação na Europa.Para além de ter morto brutalmente mais de 60 mil palestinianos dos quais 83% eram civis, de ter destruído o tecido urbano de Gaza e de estar a intensificar a sua vingança sobre os palestinianos, a criminosa situação de fome criada pelo governo de Netanyahu foi objecto de uma entrevista da SIC ao embaixador de Israel em Lisboa, que disse que “não há fome, nunca houve fome e ninguém morreu de fome em Gaza. Podemos ver crianças magras, mas é porque são doentes graves". Como é possível que um animal destes fale assim! É intolerável que um embaixador diga isto, que até envergonha todos os israelitas.Porém, ainda há espaço para vozes independentes e na sua última edição, o semanário Expresso publicou uma entrevista com Ehud Olmert, que foi primeiro-ministro de Israel entre 2006 e 2009 e que deve ser lida por quem ainda tem dúvidas sobre o que se passa em Gaza. Com o título “Basta. Já matámos o suficiente, já destruímos o suficiente”, o entrevistado diz:
“Trata-se de uma guerra ilegítima, conduzida por interesses políticos pessoais do primeiro-ministro. Como consequência, morrem soldados israelitas, mais reféns podem perder a vida e muitos palestinianos inocentes são mortos. Isto é um crime, é algo imperdoável”.
Perante isto, os europeus nada dizem sobre o que faz Netanyahu e, por cá, bem gostaríamos de ouvir o que Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro têm para dizer.