A revista
britânica The Economist olhou para o Brasil e escolheu Jair Bolsonaro
para tema de capa da sua edição desta semana, definindo-o como "a última ameaça latino-americana" e classificando a sua eventual vitória nas eleições de 7 de Outubro como "um
desastre".
O candidato do
Partido Social Liberal representa a extrema-direita brasileira e lidera as
sondagens presidenciais, afirmando-se um admirador do ditador Augusto Pinochet
e sendo comparado a Donald Trump e à sua insensatez política e social que tanto ameaça a paz no mundo. É uma verdadeira ameaça para o Brasil e para a América Latina.
Jair Bolsonaro é mesmo um perigo, como mostra a sua longa carreira política, mas
o seu currículo está cheio de afirmações controversas, que vão desde a defesa
da tortura e da ditadura militar, até à esterilização dos pobres. A revista
realça os anos de convulsão por que o Brasil tem passado, com os seus
problemas endémicos de corrupção, a enorme violência que grassa no país e uma
recessão económica que afecta o emprego, que reduz o rendimento e que aumenta a
pobreza.
Na aritmética eleitoral Bolsonaro deverá vencer a 1ª volta das
eleições, mas terá que disputar uma 2ª volta no dia 28 de Outubro com Fernando
Haddad, Ciro Gomes ou Geraldo Alckmin. O que se espera é que os brasileiros
saibam rejeitar os reais perigos do bolsonarismo e das suas orientações
radicais e escolham um candidato democrático e com um projecto de progresso
para o Brasil.