Terminaram os
Jogos Olímpicos de Paris e a cerimónia de encerramento foi caracterizada pela criatividade, espectacularidade e perfeita harmonia entre a estética e a
tecnologia. A imprensa referiu-se-lhes como “deslumbrantes” e o elogio à
organização foi unânime. Porém, nessa grande festa, merece um especial destaque
o discurso final de Thomas Bach, o presidente do Comité Olímpico Internacional,
pelo seu apelo à paz e à concórdia entre todos os países do mundo, estivessem
ou não ali representados.
Porém, o mundo
vai regressar ao seu normal, incluindo a continuação das diversas crises que
estão a perturbar o planeta, designadamente o conflito da Ucrânia, onde se
registaram novos e surpreendentes acontecimentos, como revelou no sábado a
edição do jornal inglês The Independent.
De acordo com
aquele jornal, as forças militares ucranianas entraram em profundidade no
território russo e ameaçam a cidade de Kursk que fica situada a pouco mais de
cem quilómetros da fronteira, afirmando que esta acção é uma humilhação para
Putin, que tratou de retaliar com novos bombardeamentos sobre a cidade de Kiev.
Independentemente de se saber se os russos vão ou não vão travar esta ofensiva,
ou de se saber se os ucranianos vão continuar a avançar, se conservam as suas posições ou se recuam, esta
acção significa um sério agravamento da situação militar.
Naturalmente, uma
acção militar destas já desencadeou as mais diversas análises feitas pelos
comentadores e comentadoras das nossas televisões, mas parece não haver dúvidas
de que se trata de um inesperado sucesso militar ucraniano que vem reforçar o
ânimo dos seus combatentes e dos seus aliados, embora haja quem defenda que
esta acção se enquadra numa movimentação preparatória de um cessar-fogo, como é
cada vez mais reclamado pelo mundo.
O conflito em
causa é histórico, cultural e político e, como aqui escrevemos várias vezes,
não tem solução militar, pelo que é preciso que a Diplomacia avance para
encontrar as melhores soluções.