quinta-feira, 24 de junho de 2021

A nossa superestrela é Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo marcou ontem dois golos à França e, para além do empate que garante uma presença (sofrida) da equipa portuguesa nos oitavos de final do Euro2020, o jogador atingiu a marca de 109 golos ao serviço da selecção portuguesa, o que iguala o máximo mundial de golos marcados ao serviço de uma selecção nacional, que pertencia ao iraniano Ali Daei.
Naturalmente, a comunicação social portuguesa destacou este acontecimento e Ronaldo merece-o.
Porém, tem sido um exagero o exibicionismo novo-riquista, ridículo, suburbano e desproporcionado da comunicação social portuguesa, que tem andado atrás dos jogadores por Budapeste e por Munique, enchendo-nos de futebol, de ronaldices e de imensas banalidades. Alguns títulos reflectem a ronaldomania que tomou conta da nossa imprensa, como por exemplo CR109, Ronaldo é Deus ou Ronaldo dispensa calculadora. É um entusiasmo que não é espontâneo e que resulta em alto grau de um estímulo criado pelas capas dos jornais, pelas intermináveis horas de televisão que nos são servidas e por um merchandising que explora o entusiasmo popular.
Porém, os golos que ontem foram marcados por Cristiano Ronaldo, tiveram repercussão no estrangeiro e, por exemplo, os grandes jornais desportivos italianos como La Gazzetta dello Sport (Milão), o Corrierre dello Sport (Roma) e o TuttoSport (Turim), trataram de internacionalizar os 109 golos de Ronaldo. Nestas circunstâncias, embora criticando muito do que é escrito e dito na nossa comunicação social que muitas vezes esquece que uma equipa de futebol tem onze jogadores, eventualmente dez estrelas e uma superestrela, não podemos deixar de aplaudir e enaltecer os feitos futebolísticos de Ronaldo e da sua destacada presença nas capas dos maiores jornais desportivos italianos.