Os negócios do
armamento sempre foram muito lucrativos e a sua prosperidade depende das
tensões internacionais e das guerras que delas derivam.
Os aviões de combate
são apenas um subconjunto nesse negócio e é sobre ele que trata a edição de
hoje de La Tribune, um jornal económico e financeiro francês. A sua
primeira página é dedicada ao avião de combate Dassault Rafale, construído pela Dassault Aviation, a propósito de
uma possível nova encomenda de 12 unidades por parte da Sérvia que, dessa forma
será, além da França, o oitavo país a escolher “os aviões de combate
tricolores”.
No campo da
aviação militar, tal como na área da aviação comercial, há uma enorme
rivalidade entre construtores e, no caso dos aviões de combate, concorrem
vários construtores europeus, designadamente com o Dassault Rafale (projecto da França), o Eurofighter Typhoon (projecto do Reino Unido, Alemanha, Itália e
Espanha) e o Saab JAS 39 Gripen
(projecto da Suécia). Neste negócio de muitos milhões, é caso para dizer
“amigos, amigos… negócios à parte”.
O Dassault Rafale já equipa as forças
aéreas da França, India, Egipto, Qatar, Croacia, Grécia, Emirados Árabes Unidos
e Indonésia; o Eurofighter Typhoon foi
adoptado pelas forças aéreas do Reino Unido, Alemanha, Itália e Espanha, mas
também pela Áustria, Arábia Saudita, Omã, Qatar e Kuwait; o Saab JAS 39 Gripen equipa as forças
aéreas da Suécia, África do Sul, República Checa, Hungria, Tailândia e Brasil.
Há, portanto, uma
verdadeira disputa por este riquíssimo nicho de mercado e de poder, sendo que
cada um destes aviões custa cerca de cem milhões de euros, dependendo o preço
da configuração escolhida pelo comprador. Significa que éste negócio se fundamenta num paradoxo terrível, pois é preciso que haja guerras, ou a ameaça
de as haver, para alimentar a prosperidade ou a sobrevivência dos negócios do
armamento.