A presidente da Assembleia da República acaba de atribuir a Mota Amaral, na qualidade de ex-presidente do Parlamento, um gabinete, uma secretária, um BMW 320 e um motorista.
Vivemos em severa austeridade, mas este senhor que é deputado desde 1969, ainda não percebeu isso!!!
Tinha 26 anos de idade, quando foi eleito pela primeira vez e, desde então, não parou. Não consta que tenha feito tropa, nem tenha ido para a Guiné, como tantos foram. Safou-se, sabe-se lá porquê. Terá prestado outros serviços ao Estado Novo. Aderiu ao regime democrático no dia 25 de Abril ao fim da tarde. Governou nos Açores e ajudou muita gente do seu partido. Abandonado pelo voto dos açorianos refugiou-se em Lisboa, no seu ofício de sempre: deputado. Tem passado a vida encostado a mordomias e regalias. Não se lhe conhece um acto de coragem política, cívica ou física. A Monarquia tê-lo-ia feito Marquês de Rabo de Peixe ou Visconde da Fajã de Cima. A República deu-lhe comendas e agora dá-lhe um gabinete no andar nobre da Assembleia da República, mais a Dra. Anabela como secretária pessoal, mais um BMW novo para passear e mais o Sr. Gueidão como motorista. Ele não é um senador. É um sacador. Certamente, ainda lhe pagamos as viagens para fazer “trabalho político” nos Açores. Não sei se ele tem direito a tudo isso, mas não devia ter. Nem precisa.
É demais. Tão guloso. Tão ridículo. Tão pequenino. Somos nós que pagamos. A austeridade é só para nós. Ele não sabe o que isso é. E devia dar um exemplo de contenção, até para não envergonhar o Passos. Mas não resistiu à vaidade.
Não tem senso nem escrúpulos. A velhice atraiçoa-o.
Devia ter vergonha de ser tão vulgar.